domingo, 25 de novembro de 2012

Qualé o pente que te penteia!


Não teve prá ninguém. O céu podia desabar, o mar revolto poderia invadir todo o litoral de norte a sul, que não tiraria dos noticiários, dos editoriais e das manchetes da grande imprensa, o que nome tenha este ajuntamento de opiniões convergentes numa espécie de monopólio da informação, a assunção do primeiro negro à presidência do Supremo Tribunal Federal. Nada abalaria o rapapé, o salamaleque da elite branca e perversa através da prosa de aluguel de seus jornalistas, devidamente pagos para expressar a opinião daqueles que mandam e desmandam no país, há décadas, talvez séculos.

Esta mesma imprensa que sempre se posicionou contra as cotas para negros nas Universidades públicas, por exemplo, fechou fileira nos afagos e elogios ao ministro, se bem que aqui a motivação, dentro do cinismo que sempre a caracterizou, foi bem outro. O hoje presidente do STF e seus pares representaram o papel de destilar o ódio e a má vontade que eles sempre tiveram contra o ex-presidente Lula e seu partido, ao cumprir o script forjado por ela e endossado pelo Procurador Geral da República o notório Roberto Gurgel.

Quanto à negritude do ministro, cantada em loas pela imprensa golpista, há controvérsia. Desde a sua chegada ao plenário do STF que a sua atuação sempre foi caracterizada por um comportamento grosseiro e deseducado contra os seus pares na tentativa de impor de modo autoritário seus argumentos soberanos sem qualquer contestação. Era como se dissesse e diz que “sou igual a vocês e assim terão que me engolir”,  “sou branco e de alma branca como vocês”, introjetando uma atitude racista de se mostrar igual aos que involuntariamente, ou não, o acha um peixe fora do aquário da casa da viúva.

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