Não teve prá ninguém. O céu podia desabar, o
mar revolto poderia invadir todo o litoral de norte a sul, que não tiraria dos
noticiários, dos editoriais e das manchetes da grande imprensa, o que nome
tenha este ajuntamento de opiniões convergentes numa espécie de monopólio da
informação, a assunção do primeiro negro à presidência do Supremo Tribunal Federal. Nada abalaria o rapapé, o salamaleque da
elite branca e perversa através da prosa de aluguel de seus jornalistas,
devidamente pagos para expressar a opinião daqueles que mandam e desmandam no
país, há décadas, talvez séculos.
Esta mesma imprensa que sempre se posicionou
contra as cotas para negros nas Universidades públicas, por exemplo, fechou
fileira nos afagos e elogios ao ministro, se bem que aqui a motivação, dentro
do cinismo que sempre a caracterizou, foi bem outro. O hoje presidente do STF e
seus pares representaram o papel de destilar o ódio e a má vontade que eles
sempre tiveram contra o ex-presidente Lula
e seu partido, ao cumprir o script forjado por ela e endossado pelo Procurador Geral da República o notório
Roberto Gurgel.
Quanto à negritude do ministro, cantada em loas
pela imprensa golpista, há controvérsia. Desde a sua chegada ao plenário do STF que a sua atuação sempre foi
caracterizada por um comportamento grosseiro e deseducado contra os seus pares
na tentativa de impor de modo autoritário seus argumentos soberanos sem
qualquer contestação. Era como se dissesse e diz que “sou igual a vocês e assim
terão que me engolir”, “sou branco e de
alma branca como vocês”, introjetando uma atitude racista de se mostrar igual
aos que involuntariamente, ou não, o acha um peixe fora do aquário da casa da
viúva.
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