quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Viva Zé Dirceu!

Vai chegando ao fim ao programa de televisão que a oposição não soube fazer para minar os candidatos governistas nas eleições municipais de 2012 e cujo resultado apenas demonstra o fiasco que foi o famigerado “mensalão” que em nada abalou candidaturas de governistas e aliados. As perdas foram muito mais decorrência da má escolha em suas convenções que propriamente reflexo das transmissões diretas da TV e do abundante noticiário televisivo que era muito mais condenatório também que informativo como competiria a um órgão sério de imprensa, o que naturalmente não é o caso.

Continuo considerando o mensalão uma miragem, um delírio, um fato jornalístico que se transformou na única base para condenação dos acusados através da figura de “domínio do fato” criado por um jurista alemão em que o cargo ocupado na hierarquia do partido é a única prova possível contra Zé Dirceu, já que nada, absolutamente nada foi encontrado como prova documental. O cargo no partido ou no governo, sem a comprovação da ordem emanada pelo acusado, não se sustenta como “domínio do fato”, tese que perpassou todo o julgamento. A descrença na criação e formulação da peça acusatória durará até que venha também ser julgada a aprovação dos 04 anos para Fernando Henrique, o valerioduto de Minas e da eleição para governador de Eduardo Azeredo, a Privataria Tucana, o comportamento do Procurador Geral da República do presidente tucano, que ficou conhecido como engavetador geral, já que nenhuma denuncia foi apurada ou transformada em acusação contra figurões tucanos, por mais que se tentasse na Câmara e Senado, já que a Procuradoria congelava e engavetava tudo. Outros tempos aqueles!

Muito mais relevante que as condenações, até pela frouxidão das provas em especial contra José Dirceu e José Genoino, são as demonstrações do ódio anti-petista; os qualificativos; as expressões pretensamente jurídicas, mas chulas; as demonstrações de prepotência e arrogância de quem se espera pelo menos serenidade e isenção; a baba a escorrer pela toga; a fogueira das vaidades onde o papel de coadjuvante não cabe naquele plenário, mas tão somente os holofotes por onde levita a prima-dona da cena.
Viva Zé Dirceu! Viva Zé Genoíno! Viva todos os zés e manés que vivem aqui na terra esperando o que Jesus prometeu, crentes das coisas lá do céu.

Vejo com tristeza e desencanto jovens amigos, espécie de filhos que não tive, mas os tenho como, de quem sempre me orgulhei pela combatividade ideológica, pela consistência de suas argumentações, pela curiosidade com a história que eles não viveram e que posso contar, caírem nos braços de ACM Neto como panacéia para os males que afligem a política nacional. “Eles passarão, eu passarinho”. 

Fotos: José Dirceu, eterno lider estudantil dos anos 60. 

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