quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Go home, Yaoni!


A passagem do blogueira cubana Yaoni Sanchez, por onde quer que seja, é sempre motivo de polêmica e de perturbação da ordem pública. Por aqui não foi nem está sendo diferente. De um lado os democratas de mão única e do outro, partidários de esquerda e simpatizantes do regime cubano, em defesa e protestos quanto ao seu messianismo democrático e os seus ataques ao desrespeito aos direitos humanos em seu país. Não creio que o nosso país seja, no momento, o palanque ideal para as suas perorações em torno do respeito ao ser humano, vista a nossa tragédia urbana diária, onde vidas são suprimidas sem qualquer motivação, impunemente. E politicamente assistimos o arrastar de uma Comissão da Verdade na apuração de crimes cometidos por uma ditadura que ela imagina ser exclusiva de ser país, e que os algozes de outras tantas vidas tentam dificultar com a ocultação de provas ou difusas ameaças institucionais.

Aqui, como lá, problemas há. Na história recente de Cuba há muitos mais motivos para se orgulhar do que sair por aí difundindo um inferno vermelho que o tempo e o desmantelamento da Rússia tratou de esmaecer. Se houve um dia, e deve ter havido, foi muito mais em razão de ideais revolucionários mesmo, que de uma perversa militarização como a de nosso país pós-64, onde não havia ideal algum, a não ser o mal pelo mal. 
 
Não sei onde estavam os recepcionistas de sua passagem por nosso país, quando a nuvem negra antidemocrática turvou os céus do país. Provavelmente em baixo de suas camas, como convém aos covardes, estes mesmos que hoje se agigantam na defesa das liberdades democráticas de outros países, que não o seu, quando foi urgente e necessária a sua defesa.
 
A senhora Yaoni Sanchez prestaria muito mais serviço ao seu país, lutando por estas liberdades reclamadas, em seu próprio território, ao contrário de sair por ai, enxovalhando uma história cujos rumos precisam ser aperfeiçoados e discutidos com os seus, nas brechas que o regime permitir. E não andar por aí, dando munição a fariseus nativos dos lugares por onde passa qual uma agente da CIA, mensageira da democracia, este pretenso patrimônio da política externa americana
 
Foto: Yaoni Sanches 

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