Não fazem parte da programação oficial do Carnaval de Salvador, mas pelos anos que já invadem os espaços públicos com seus blocos de sopro e percussão já podem ser considerados tradicionais, numa terra e num evento que qualquer agremiação com alguns poucos anos de estrada, ou de asfalto em se tratando de Carnaval, já é uma tradição. Tão aí o Olodum, o Ilê Ayê para serem reverenciados como se tivessem aportados por aqui no primeiro navio negreiro que ancorou nos portos brasileiros.
Tradição por aqui é coisa de 10 ou 15 anos, ao contrário do que imaginava ser a tradição, algo centenário ou próximo como a Independência da Bahia, Dona Canô, o Flamengo, a Capoeira, o Maracatu, a Estação Primeira da Mangueira, D. Lourdes minha sogra etc.
Mas, queria falar da Lavagem da Fundação Cultural, formado por funcionários e amigos do órgão estadual que sai da Rua Chile, sede da Fundação no Palácio Rio Branco, antecipando o carnaval oficial que só acontece a partir de amanhã, quinta feira, percorre ruas do centro até o Largo Arcanjo no Pelourinho onde o baile homenageia o rei e a rainha da Lavagem.
Do outro lado da cidade a banda Habeas Copus de Sérgio Bezerra, dono do bar e restaurante do mesmo nome, onde a tradição começou, seguida por grande quantidade de outras bandas e fanfarras que percorrem um trecho da Barra que vai do Farol até o Barravento, no Cristo, arrastando uma multidão, sem cordas, sem amarras, apenas com camisas alusivas à banda. Humildemente fui um dos foliões pioneiro nas saídas do Habeas Copus, nos anos 80, cujo afastamento se deu na proporção que o evento crescia e aumentava o número de participantes e acompanhantes. Uma reunião de amigos e frequentadores do bar se transformou numa gigantesca celebração como compete a qualquer tradição e ao próprio gigantismo do Carnaval de Salvador.
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