Em principio podia
até parecer um gesto de generosidade, de solidariedade das estrelas do axé, no Carnaval baiano, ao abandonarem por um
momento seus blocos de cordas para foliões “parmalat” com abadás a peso de ouro
e virem para a avenida tocar para o folião pipoca, aquele que brinca sem corda,
sem seguranças, sem amarras e a sua fantasia é uma camiseta, short, tênis e a
alegria. Começou com a Daniela Mercury
e ai vieram Durval Lélis, Ivete Sangalo (Ivete devolva os 650 mil
do hospital de Sobral - CE), Saulo
Fernandes com a Banda Eva, Chiclete com Banana e até este lixo mal
cheiroso dos pagodeiros. Mas, havia algo de errado no reino do axé, como sempre
houve, pois o que parecia espontaneidade e uma difusa democracia na folia se
revelou, em verdade, uma imposição, uma mudança no foco publicitário.
Uma recente
postagem da querida Aninha Franco em
sua página facebook sobre os rumos do carnaval baiano, quanto a esta descida do
trono dos reis e rainhas do axé e da folia para a companhia do folião pipoca,
foi complementada por um dos seus seguidores que jogou a pá de cal na benemerência
axezeira. Tudo era uma questão de
marketing. Os patrocinadores observaram que ao invés de aplicar os seus milhões
em verbas publicitárias nos trios e blocos de 3 ou 5 mil participantes
preferiram aplicar estes recursos em trios pipocas cuja visibilidade para o seu
“merchandising” atingiria um bando de 40
a 50 mil foliões animados e
agradecidos com a presença de seus ídolos, tocando para si. E aí então, os reis
e rainhas do axé foram para onde o dinheiro foi.
Foto: Bell Marques
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