segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Indo onde o dinheiro for.


Em principio podia até parecer um gesto de generosidade, de solidariedade das estrelas do axé, no Carnaval baiano, ao abandonarem por um momento seus blocos de cordas para foliões “parmalat” com abadás a peso de ouro e virem para a avenida tocar para o folião pipoca, aquele que brinca sem corda, sem seguranças, sem amarras e a sua fantasia é uma camiseta, short, tênis e a alegria. Começou com a Daniela Mercury e ai vieram Durval Lélis, Ivete Sangalo (Ivete devolva os 650 mil do hospital de Sobral - CE), Saulo Fernandes com a Banda Eva, Chiclete com Banana e até este lixo mal cheiroso dos pagodeiros. Mas, havia algo de errado no reino do axé, como sempre houve, pois o que parecia espontaneidade e uma difusa democracia na folia se revelou, em verdade, uma imposição, uma mudança no foco publicitário.

Uma recente postagem da querida Aninha Franco em sua página facebook sobre os rumos do carnaval baiano, quanto a esta descida do trono dos reis e rainhas do axé e da folia para a companhia do folião pipoca, foi complementada por um dos seus seguidores que jogou a pá de cal na benemerência  axezeira. Tudo era uma questão de marketing. Os patrocinadores observaram que ao invés de aplicar os seus milhões em verbas publicitárias nos trios e blocos de 3 ou 5 mil participantes preferiram aplicar estes recursos em trios pipocas cuja visibilidade para o seu “merchandising” atingiria um bando de 40 a 50 mil foliões animados e agradecidos com a presença de seus ídolos, tocando para si. E aí então, os reis e rainhas do axé foram para onde o dinheiro foi.  

Foto: Bell Marques

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