quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Papa é pop.


Não foi a Mudança do Garcia o grande arerê da segunda feira de Carnaval, como todos os anos, com suas debochadas criticas a políticos, artistas, igrejas, pastores, em meio aos trates domésticos que caracterizam de fato uma mudança. A do Garcia não foge a regra e traz para a Avenida em cima dos caminhões e camionetes de fretes seus colchões velhos, espelhos quebrados, panelas amassadas, mulheres com bobs e lenço na cabeça, pinicos, espreguiçadeiras, televisores preto e branco, radiolas, tábuas de passar ferro e todo um rol de inutilidades, como dizer, úteis. Desta feita o acontecimento da segunda feira foi a renúncia do Papa Bento XVI, cuja noticia não chegou a ser captada pelos cartazes da Mudança do Garcia, como para, praticamente, ninguém. O Papa endoidou em pleno Carnaval, o Carnaval de Veneza, pelo menos. O cartunista Cau Gomez ainda na terça feira enquadrou o Papa na folia, correndo atrás de um trio elétrico e jogando para o alto os seus paramentos, mas a batucada era outra.

Passada a estupefação inicial deste fato incomum na recente história do cristianismo católico, vê-se que o Papa não foi seduzido pelo Carnaval, ao contrário, se viu enredado por tantos temas que os leigos e os distantes procuram entender ou justificar sem conseguir, o seu afastamento do papado. Sabe-se que o Vaticano não é nem nunca foi um clube de senhoras caridosas, tentando salvar o que ainda resta da humanidade, mas uma instituição onde viceja o dinheiro, a inveja, a vaidade, a sede de poder enfim, todas estas mazelas, pecados, subterfúgios, dissimulações próprios dos mortais a partir da Praça de São Pedro no Vaticano até os mais profundos sertões.

Que então venha o novo Papa, mas como diz o Simão, “contanto que não seja argentino, pois se assim for, vou para a umbanda”. 

Charge: Cau Gomez    

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