quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Corpos por ideias

É comum em Salvador em locais como Carlos Gomes, Vitória, Forte São Pedro e tantas outras localidades residenciais, um espaço entre uma edificação e outra que dá acesso a uma avenida de casas que não são visíveis ao nível da rua ou avenida principal. São estas avenidas sem visibilidade que acomoda um número considerável de casas, algumas bem construídas e bem decoradas sempre num estilo antigo, com moveis de madeiras tradicionais e escadas para o seu acesso.

Foi em uma residência dessas entre o Hotel Santiago e A Padaria Favorita no Forte São Pedro que foi encenada, parte da peça Orgia dentro da programação do Festival Internacional de Artes Cênica da Bahia, sábado dia 31, pelo grupo de Teatro Kunyn. O estranhamento inicial do local continua com a interação entre platéia e atores sentados na sala em cadeiras, no chão ou em pé, falando de livros lidos por quem quisesse participar do papo, regado a vinho e música de uma antiga radiola que tocava LPs.

Era a partida para que se enveredassem por temas, políticos, literários, sexuais, minorias, universalismo e tudo mais que coubesse em discussões sobre a vida e o prazer. Daí um grupo saiu para o Campo Grande onde houve pequenas encenações até chegar ao ICBA, sede oficial do evento para o grande "happening" na longa e interessante encenação das memórias de um escritor argentino no Recife dos anos 60, “Orgia, ou de com os corpos podem substituir as ideais”.

Foto: Teatro Kunyn

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