Ao voltar de Londres, em 1972, Gil fez alguns shows no Rio e em São Paulo, neste
mesmo ano e 1973, cujas fitas não
foram aproveitadas por sua gravadora para a produção de discos ao vivo registrando
aqueles shows, por se tratarem de exibições com 03 ou 04
horas de duração e com faixas que chegavam a durar 18 minutos. Comercialmente
inviável.
Agora, mais de 40 anos depois o pesquisador
musical Marcelo Fróes e o filho de Gil, o guitarrista Bem que foi apresentado ao tesouro, decidiram produzir uma caixa Gilberto Gil ao vivo (Anos 70) com 03 CDs duplos que resgata estes shows na íntegra.
O repertório é conhecido, mas apresenta versões com arranjos longos frutos de
suas incursões pelo jazz e rock, lá em Londres,
e sessões ao lado de David Gilmour, do Pink Floyd e Jim Capaldi, do Traffic.
Foi um período em que Gil para espantar o baixo astral do exílio, incursionou por viagens
ácidas com experimentos variados em alucinógenos que se refletem em seus discos
gravados em solo londrino. Eram tempos difíceis que essas gravações dos shows
de Gil no Teatro Municipal do Rio, na USP
e também em Salvador ainda trazem a
marca de tocar em banda, como fez muito por lá.
No repertório não há surpresas em relação ao que
conhecemos de sua discografia oficial, como Expresso 2222, Aquele abraço, O canto da ema de Jackson do Pandeiro, Sai do Sereno, Preciso aprender a só ser que ele fez para Betânia cantar e, uma versão de Cálice, de sua parceria com Chico, que ele conseguiu cantar, sem
censura, duas vezes. É disco pra músico e para colecionadores, até mesmo por
uma questão de preço.
Foto: Caixa - Gil - Anos 70
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