quinta-feira, 14 de setembro de 2017

De volta prá casa


Ao voltar de Londres, em 1972, Gil fez alguns shows no Rio e em São Paulo, neste mesmo ano e 1973, cujas fitas não foram aproveitadas por sua gravadora para a produção de discos ao vivo registrando aqueles shows, por se tratarem de exibições com 03 ou 04 horas de duração e com faixas que chegavam a durar 18 minutos. Comercialmente inviável.

Agora, mais de 40 anos depois o pesquisador musical Marcelo Fróes e o filho de Gil, o guitarrista Bem que foi apresentado ao tesouro, decidiram produzir uma caixa Gilberto Gil ao vivo (Anos 70) com 03 CDs duplos que resgata estes shows na íntegra. O repertório é conhecido, mas apresenta versões com arranjos longos frutos de suas incursões pelo jazz e rock, lá em Londres, e sessões ao lado de David Gilmour, do Pink Floyd e Jim Capaldi, do Traffic.

Foi um período em que Gil para espantar o baixo astral do exílio, incursionou por viagens ácidas com experimentos variados em alucinógenos que se refletem em seus discos gravados em solo londrino. Eram tempos difíceis que essas gravações dos shows de Gil no Teatro Municipal do Rio, na USP e também em Salvador ainda trazem a marca de tocar em banda, como fez muito por lá.

No repertório não há surpresas em relação ao que conhecemos de sua discografia oficial, como Expresso 2222, Aquele abraço, O canto da ema de Jackson do Pandeiro, Sai do Sereno, Preciso aprender a só ser que ele fez para Betânia cantar e, uma versão de Cálice, de sua parceria com Chico, que ele conseguiu cantar, sem censura, duas vezes. É disco pra músico e para colecionadores, até mesmo por uma questão de preço. 

Foto: Caixa - Gil - Anos 70

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