quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Em algum lugar


O poeta russo Vladmir Maiakóvski, militante da Revolução de Outubro de 1917, em um dos seus momentos de desesperança com a humanidade, cunhou a frase “dizem, que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz”, que longe de ser profética ou visionária falava de um estado de espírito que confirmaria o nosso modo de ser e viver.

Vivo fosse poderia constatar entre cético e espantado que a despeito da lambança institucional que vivemos e que não é de agora, mas secular quem sabe, que atravessamos como sobreviventes de uma guerra diária com a cordialidade que alguém também pensou um dia ser uma de nossas características, sem negar mesuras aos nossos e aos que nos visitam.  

Ainda não endurecemos por completo, o coração; não escondemos a mão fugindo da saudação; não esboçamos qualquer sinal de irritação aos que nos pedem ajuda; não escondemos o passo, quando o samba se apresenta; o quadro social de uma realidade crua não atrapalha o enredo de quem não perde a esperança por melhores dias, mesmo que eles demorem, mesmo que eles jamais venham. 

Foto: Ilustrativa

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