quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Dia de Cosme e Damião


Sou sertanejo e moreno como vocês, com um pé na África assim como a tradição de cultuar os ibêjis no sincretismo religioso, que como era comum na época, os negros faziam uma associação aos santos gêmeos, Cosme e Damião, para fugir dos rigores e chicotes dos senhores brancos e da polícia.

Ontem foi o dia deles no calendário religioso da Igreja Católica, que na Bahia ganhou uma acolhida especial em sua devoção e oferta de mimos que foram além das religiões e classes, para se incorporar à gastronomia local com a oferta de cururu aos meninos traquinos.

Como fui muito cedo para capital e, mesmo sem esquecer a carne de sol, o bode, a rapadura, os ovos de quintal entre outros indicadores sertanejos, passei, se não a devoto de Cosme e Damião, a adepto incondicional do dendê que escorre de seus pratos e oferendas como caruru, vatapá, moquecas de frutos do mar e iguarias similares.

Qualquer dia de setembro e mesmo daí em diante é próprio para oferta de caruru a Cosme e Damião, por preceito religioso ou por alguma razão que vai desaguar nos ibêjis do candomblé, o que vem dar no mesmo, por outros caminhos. Não importa de onde proceda, estou sempre apto a degustar um caruru e todo aquele ebó em que se transforma um daqueles prato que é oferecido a 07 crianças antes de servir os adultos. 

Foto: Ilustrativa

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