Sou sertanejo e moreno como vocês, com um pé na África assim como a tradição de cultuar
os ibêjis no sincretismo religioso,
que como era comum na época, os negros faziam uma associação aos santos gêmeos,
Cosme e Damião, para fugir dos
rigores e chicotes dos senhores brancos e da polícia.
Ontem foi o dia deles no calendário religioso da Igreja Católica, que na Bahia ganhou uma acolhida especial em
sua devoção e oferta de mimos que foram além das religiões e classes, para se
incorporar à gastronomia local com a oferta de cururu aos meninos traquinos.
Como fui muito cedo para capital e, mesmo sem esquecer a carne de
sol, o bode, a rapadura, os ovos de quintal entre outros indicadores
sertanejos, passei, se não a devoto de Cosme
e Damião, a adepto incondicional do dendê que escorre de seus pratos e
oferendas como caruru, vatapá, moquecas de frutos do mar e iguarias similares.
Qualquer dia de setembro e mesmo daí em diante é próprio para
oferta de caruru a Cosme e Damião,
por preceito religioso ou por alguma razão que vai desaguar nos ibêjis do candomblé,
o que vem dar no mesmo, por outros caminhos. Não importa de onde proceda, estou
sempre apto a degustar um caruru e todo aquele ebó em que se transforma um daqueles
prato que é oferecido a 07 crianças antes de servir os adultos.
Foto: Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário