Quem apostava suas fichas na escolha do filme
brasileiro a concorrer na premiação do Oscar
2018, como melhor filme estrangeiro, em produções como Nossos pais de Laís Bodanzky,
O filme de Minha vida, do Selton Melo ou João, o maestro, sobre o pianista João Carlos Martins, de Mauro
Lima, foi surpreendido com a indicação de Bingo – o rei das manhãs, sobre o palhaço Bozo, do Daniel Rezende.
Mas, quem sabe poderá ser mesmo uma boa
surpresa, mesmo sem ainda ter visto. O nome Bingo para fugir do personagem Bozo
por problemas de autorização com os detentores da marca, não criava qualquer
expectativa em torno do personagem e do filme. Mas, estas dúvidas vieram se dissipar
ante o conhecimento de fatos reais que atormentaram de modo irremediável o
artista que fazia o palhaço que alegrava as manhãs infantis em frente a
televisão.
A sua caracterização como palhaço Bozo, na programação das manhãs do SBT, trouxe ao ator Arlindo Barreto um dos muitos atores
que representaram o personagem e em quem o filme Bingo – O rei das manhãs se debruçou, frustrações e angústias que culminaram
com a sua dependência química e a queda nas drogas.
É esta figura atormentada que ocupa as telas do
cinema, mesmo sendo um sucesso a rivalizar com o Programa da Xuxa, na TV
Globo, não desfrutava da fama e da popularidade de sua concorrente por
andar sempre maquiado como palhaço, e assim irreconhecível como ator. Muitas
vezes fazia o programa sob efeito das drogas, acabando deste modo a sua
carreira, não a do palhaço Bozo que
continuou travestido em outro ator, mas a sua tragada
pelo vício.
Ainda não vi Bingo, quer dizer, Bozo, mas
será a minha próxima parada na volta a Salvador,
conhecer de perto a história de quem foi uma celebridade nos anos 80, mas
ao mesmo tempo um anônimo, perdido nas trevas do "barato" que custou uma vida.
Foto: Ilustrativa (Vladimir Brichta - Bingo, quer dizer, Bozo)
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