sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O rei das manhãs


Quem apostava suas fichas na escolha do filme brasileiro a concorrer na premiação do Oscar 2018, como melhor filme estrangeiro, em produções como Nossos pais de Laís Bodanzky, O filme de Minha vida, do Selton Melo ou João, o maestro, sobre o pianista João Carlos Martins, de Mauro Lima, foi surpreendido com a indicação de Bingo – o rei das manhãs, sobre o palhaço Bozo, do Daniel Rezende.

Mas, quem sabe poderá ser mesmo uma boa surpresa, mesmo sem ainda ter visto. O nome Bingo para fugir do personagem Bozo por problemas de autorização com os detentores da marca, não criava qualquer expectativa em torno do personagem e do filme. Mas, estas dúvidas vieram se dissipar ante o conhecimento de fatos reais que atormentaram de modo irremediável o artista que fazia o palhaço que alegrava as manhãs infantis em frente a televisão.

A sua caracterização como palhaço Bozo, na programação das manhãs do SBT, trouxe ao ator Arlindo Barreto um dos muitos atores que representaram o personagem e em quem o filme Bingo – O rei das manhãs se debruçou, frustrações e angústias que culminaram com a sua dependência química e a queda nas drogas.


É esta figura atormentada que ocupa as telas do cinema, mesmo sendo um sucesso a rivalizar com o Programa da Xuxa, na TV Globo, não desfrutava da fama e da popularidade de sua concorrente por andar sempre maquiado como palhaço, e assim irreconhecível como ator. Muitas vezes fazia o programa sob efeito das drogas, acabando deste modo a sua carreira, não a do palhaço Bozo que continuou travestido em outro ator, mas a sua tragada pelo vício. 

Ainda não vi Bingo, quer dizer, Bozo, mas será a minha próxima parada na volta a Salvador, conhecer de perto a história de quem foi uma celebridade nos anos 80, mas ao mesmo tempo um anônimo, perdido nas trevas do "barato" que custou uma vida.


Foto: Ilustrativa (Vladimir Brichta - Bingo, quer dizer, Bozo)

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