O descuido com a omissão de dados quando nos referimos a
determinado compositor e a sua música, não nos cabe, em parte, como ouvintes,
mas responsabilidade daqueles que divulgam as canções em suas programações nas
emissoras de rádio, basicamente, e canais de televisão e até mesmo em jornais e
revistas.
É comum ouvirmos, por exemplo, “acabamos de ouvir na voz de Simone, a canção Começar de novo, de Ivan
Lins”, no máximo, e às vezes nem isso, deixando de lado que na companhia de
Ivan Lins, pode estar Vitor Martins, Aldir Blanc, Abel Silva
ou outros grandes letristas. Assim, a informação quando vem se apresenta pela
metade. Exceção com o repertório autoral de Caetano, Gil, Chico entre outros que na grande maioria de suas
composições são autores de melodias e letras.
Um dos casos mais comuns e tristes dessa omissão se dá no
repertório do grande poeta da Vila,
em que pérolas como Conversa de
botequim, Feitio de oração, Feitiço da Vila e Pra que mentir, são atribuídas apenas a Noel Rosa, esquecendo-se do grande melodista destas obras primas
que é o pianista, Vadico, de São Paulo.
Omissão esta que se acentuou,
depois da morte precoce de Noel, em que do esquecimento se passou a difusão de
uma maledicência de que Noel poderia ter vendido a parceria, como era comum
naqueles tempos, do qual o sambista Ismael
Silva é o mais notório e o cantor Francisco
Alves, contumaz comprador da glória alheia.
Mas, Vadico buscou a sobrevivência em arranjos para discos de Carmen Miranda e trilhas sonoras para
filmes da Disney, em que a “baiana”
era a grande estrela e se tornou, talvez, o primeiro músico brasileiro a fazer
carreira, vitoriosa, nos Estados Unidos.
A música brasileira têm histórias.
Foto: Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário