domingo, 10 de setembro de 2017

Dedo-duro

O que espanta no comportamento do presidiário Antonio Palocci diante do tribunal de inquisição da República de Curitiba não é a revelação de fatos perfeitamente possíveis de ter ocorrido, visto o seu histórico no episódio do caseiro Francenildo Costa, mas revelações fora do contexto de qualquer delação premiada, portanto sem qualquer beneficio em sua pena.

Naquela ocasião o funcionário da mansão onde trabalhava teve o seu sigilo bancário na Caixa quebrado, após ter denunciando o então Ministro Palocci de promover orgias com empresários e arrecadar propinas em uma mansão em Brasília. Episódio revelador de seu caráter ou falta dele, em 2006, ano em que as denuncias sobre o Mensalão no auge da ebulição corriam sem parar.

O fato de prestar depoimento sem que nada lhe fosse oferecido em troca, já que não fizera parte de uma delação premiada, talvez pela desconfiança do que ele seria capaz de revelar, mas a de assumir o papel de dedo-duro, traíra, relés alcaguete com o único objetivo de parecer simpático colaborador junto aos seus inquisidores. Pobre diabo, nada lhe trará em troca, a não ser um rasgo a mais em sua reputação aos frangalhos.

Foto: Ilustrativa

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