Atrasado como o trem da Leste, quando havia trem e a Via Férrea Leste Brasileira, ouvi neste final de semana em Salvador a faixa Saudade (Chico César e Paulinho Moska) do Cd Tua, lançado por Betânia ao mesmo tempo de outro Cd, Encanteria, no ano de 2009. Conheço muitas faixas destes dois discos da interprete baiana, bem como a distinção de suas propostas e objetivos que se tornam perceptíveis desde a primeira audição.
Se
em Tua está realçado o lado
romântico e intimista de Betânia, do
outro se espalha a brejeirice e a celebração da fé que ponteia Encanteria, onde o sambista Roque Ferreira dá as cartas do
repertório com a inclusão de várias composições suas neste disco. A independência
de Betânia, que poucas interpretes
têm, permite esta busca incansável da qualidade, do bom gosto, de gravar apenas
o que gosta e o que quer pouco importando com as cifras advindas pela venda de
seus discos.
O que não conhecia destes discos, passei a
conhecer com a faixa Saudade, já
citada, em que Betânia faz dueto com
Lenine em versos doídos e que talvez
venham ser o mais bonito momento do disco Tua,
para esta canção do Chico César e do Paulinho Moska. “A casa da saudade é o
vazio/O acaso da saudade fogo frio/Quem foge da saudade/Preso por um fio/Se
afoga em outras águas/Mas, do mesmo rio”.
Foto: Lenine
Foto: Lenine
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