quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"A casa da saudade é o vazio".


Atrasado como o trem da Leste, quando havia trem e a Via Férrea Leste Brasileira, ouvi neste final de semana em Salvador a faixa Saudade (Chico César e Paulinho Moska) do Cd Tua, lançado por Betânia ao mesmo tempo de outro Cd, Encanteria, no ano de 2009. Conheço muitas faixas destes dois discos da interprete baiana, bem como a distinção de suas propostas e objetivos que se tornam perceptíveis desde a primeira audição.
 
Se em Tua está realçado o lado romântico e intimista de Betânia, do outro se espalha a brejeirice e a celebração da fé que ponteia Encanteria, onde o sambista Roque Ferreira dá as cartas do repertório com a inclusão de várias composições suas neste disco. A independência de Betânia, que poucas interpretes têm, permite esta busca incansável da qualidade, do bom gosto, de gravar apenas o que gosta e o que quer pouco importando com as cifras advindas pela venda de seus discos.

O que não conhecia destes discos, passei a conhecer com a faixa Saudade, já citada, em que Betânia faz dueto com Lenine em versos doídos e que talvez venham ser o mais bonito momento do disco Tua, para esta canção do Chico César e do Paulinho Moska. “A casa da saudade é o vazio/O acaso da saudade fogo frio/Quem foge da saudade/Preso por um fio/Se afoga em outras águas/Mas, do mesmo rio”.

Foto: Lenine

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