quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O homem e a máquina


Foi encerrado neste final de semana, em Salvador, mais precisamente, domingo, dia 07, o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC-Bahia, versão 2012. Como estive na cidade nestes dois últimos finais de semana pude ver os espetáculos que abriram e encerraram o Festival, a exemplo da apresentação de Transports Exceptionnels do grupo francês, sábado dia 29.09, na Praça Municipal. Por coincidência, caminhando na Barra domingo dia, 30, voltei a assistir a mesma encenação em frente ao Farol, junto a uma plateia bem mais numerosa e atenta que aquela do dia anterior.

Este grupo costuma se apresentar em festivais de teatro de rua em todo o mundo sempre despertando curiosidade e interesse em suas apresentações. O fato de ser sempre na rua, em locais públicos, justifica-se pelo inusitado de estarem em cena apenas seus dois atores, um bailarino e uma retroescavadeira. Uma máquina gigantesca que se movimenta como se ninguém a operasse é dominada e domada pelo bailarino que aos poucos vai travando com o trambolho de aço e ferro uma relação de mêdo e ao mesmo tempo de conquista, acompanhado por uma trilha musical composta de trechos de várias óperas.

Há um todo espetáculo uma simbologia que remete ao esmagamento do homem pela máquina, o que parece prestes a acontecer em algumas cenas onde o confronto parece ser inevitável, o que desperta tensão e ao mesmo tempo alivio da plateia. A enorme concha que rasga, carrega e descarrega a terra é enfim dominada, passando a ser a mão que afaga e acolhe o bailarino com seus movimentos firmes e generosos. É um espetáculo inusitado e que por isso mesmo causa grande encantamento a todos aqueles que dedicam alguns poucos e eternos minutos de contemplação à arte do dançarino francês, Dominique Boivin  

Foto: Ilustrativa

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