domingo, 28 de outubro de 2012

A cumadre de Marinho.

Ultimamente vinha sentindo a sua falta no batente da entrada do escritório. A fumaça de cigarro que subia as escadas e invadia nossas salas era o indicativo que ela estava na área, tinha acabado de chegar e já ocupava seu lugar, sua cadeira cativa, seu batente cativo. Na última vez que lhe vi esboçava bom humor e seu riso banguela às custas dos dois reais que havia lhe dado dias atrás. Mas, este clima de boa vizinhança e camaradagem não era frequente já que lhe negava mais que dava prá desespero dela que praguejava e atirava contra toda a minha descendência. Sempre passava por sua residência na Mistura e quando não pedia dois reais pedia o pão que ia levando prá casal. Nunca soube seu nome e vim saber agora após uma mensagem de Rosana, no facebook, que me pôs em contato com o seu desaparecimento.

Binha, segura a onda, pois falam que São Pedro é mais mão de ferro que eu. Vá se aguentando com a aposentadoria do INSS, ou que nome tenha o ócio daí, nas ruas em que agora vaguerá nua, como andava, antes do internamento, prá nunca mais.

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