A inveja é um sentimento ou uma doença tosca
que leva alguem a querer ser ou ter o que aquele em que ele se espelha, possue
e é. Um baratino só, e que traz consequência terrível para este ser pocesso, que
pode levar a depressão, ao abatimento, ao suicidio. Enveredei por este terreno
pegajoso, feito um pântano, por razões que não cabem aqui, mas que me levou também
a um belo e antigo filme do Milos
Foreman, o aclamado e premiado Amadeus.
Se a inveja podesse ser materializada ela encontraria na genialidade do
compositor austríaco Wolfang Amadeus Mozart
em contraponto àquele que não compreende a dimensão divina de seu talento, Antonio Sallieri, por quem sofre e se
frusta por não ter sido abençoado por Deus
com aqueles dons. O filme é de uma dimensão humana e de uma grandeza narrativa
que só os grandes diretores e bons atores conseguem expressar e extrair de algo
menor, de um sentimento desprezível, tanta beleza e humanidade. O filme é bem
mais sobre o seu antagonista que a própria história do compositor clássico que
maravilhou as cortes europeias no século XVIII, como foi Mozart.
Sallieri e a sua indignação
contra Deus por não ter lhe
concedido o mesmo talento, logo ele que amava a música, é a linha condutora do
filme, com os seus desdobramentos como a frustração e a revolta. Vi o filme há
muito tempo, lá pelos anos 80, mas deixou e guardei a admiração pela música de Mozart, que não ouço com a frequencia devida,
e a impressão de ser a inveja um mal cujo contágio deve ser sempre evitado,
mesmo que uma vez por outra lhe passe pela cabeça a pergunta “por que não eu?”.
Reprodução da obra de Zed Nesti (Conforme Folha-SP)
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