terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A inveja é uma m(*).

A inveja é um sentimento ou uma doença tosca que leva alguem a querer ser ou ter o que aquele em que ele se espelha, possue e é. Um baratino só, e que traz consequência terrível para este ser pocesso, que pode levar a depressão, ao abatimento, ao suicidio. Enveredei por este terreno pegajoso, feito um pântano, por razões que não cabem aqui, mas que me levou também a um belo e antigo filme do Milos Foreman, o aclamado e premiado Amadeus

Se a inveja podesse ser materializada ela encontraria na genialidade do compositor austríaco Wolfang Amadeus Mozart em contraponto àquele que não compreende a dimensão divina de seu talento, Antonio Sallieri, por quem sofre e se frusta por não ter sido abençoado por Deus com aqueles dons. O filme é de uma dimensão humana e de uma grandeza narrativa que só os grandes diretores e bons atores conseguem expressar e extrair de algo menor, de um sentimento desprezível, tanta beleza e humanidade. O filme é bem mais sobre o seu antagonista que a própria história do compositor clássico que maravilhou as cortes europeias no século XVIII, como foi Mozart.

Sallieri e a sua indignação contra Deus por não ter lhe concedido o mesmo talento, logo ele que amava a música, é a linha condutora do filme, com os seus desdobramentos como a frustração e a revolta. Vi o filme há muito tempo, lá pelos anos 80, mas deixou e guardei a admiração pela música de Mozart, que não ouço com a frequencia devida, e a impressão de ser a inveja um mal cujo contágio deve ser sempre evitado, mesmo que uma vez por outra lhe passe pela cabeça a pergunta “por que não eu?”.

Reprodução da obra de Zed Nesti (Conforme Folha-SP)

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