“E de repente o furor volta/o interior todo se revolta/e faz a força da gente se agigantar”, é como se os versos de Paulo Cesar Pinheiro, em Mordaça, canção que embalou nossa indignação contra a ditadura voltasse com outras motivações, como aquelas iniciadas em junho do ano passado. Ainda que não se perceba qualquer unidade ou liderança naqueles grupos que desencadearam os protestos por várias capitais brasileiras, mais concentrados no Rio e São Paulo, já se comenta que o povo estará na praça outra vez a partir do dia 25 de janeiro. Claro que a virulência e a agressividade dos manifestantes e dos policiais nas ruas daquelas capitais tinham um componente político contra as administrações municipais e estaduais e, que o mote do "passe livre" foi mero pretexto para a elevação do tom dos protestos nas ruas daquelas cidades.
Desta vez, a volta dos protestos terá como mote
“Não vai ter Copa” que poderá unir
manifestantes de Norte a Sul já que não faltará indignação para
dar e vender diante da barbárie financeira que foram são e serão até lá, os
gastos e custos que a população brasileira terá que arcar com este evento
irresponsavelmente incensado e buscado por determinadas autoridades nativas.
Não faltará motivação, talvez falte povo nas ruas para tomar porrada de
policia, receber bomba de gás e spray de pimenta na cara, mesmo que o motor
deste deprimente espetáculo de selvageria, os “black blocs” e a sua fúria anticapitalista,
tenha sido isolado, segregado e deixado de lado dos protestos pertinentes.
Evidente que determinados candidatos à sucessão da Presidente Dilma Rousseff fiquem com os olhos rútilos, esfreguem as
mãos, babem de satisfação com as ruas tomadas de protestos, já que pelos seus
olhares obtusos podem lhe carrear alguns dividendos eleitorais. E a vanguarda
do atraso, o mais do mesmo, representados por Aecinho, Dudu e Marinão
podem não ver o dia raiar como sonharam nas sombras de suas insignificâncias, tão oportunistas como os organizadores do famigerado evento.
Foto: Maracanã
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