Há vinte anos quando do surgimento dos CDs, uma nova modalidade de gravação sonora, imaginava-se a morte para sempre dos saudosos LPs, os bolachões. Mas, eles resistiram e não se deram por vencidos, pelo menos entre os colecionadores e adoradores de seu formato e de sua sonoridade. O certo é que foram encher prateleiras das lojas de sebo, reduto destes mesmos colecionadores locais ou americanos e europeus em busca de novidades pré e pós-bossa nova, à proporção que os ouvintes de música iam trocando o velho formato pelos modernos CD’s.
Já falei aqui neste espaço do fim que tiveram e
estão tendo os meus queridos LPs, que embora adepto num primeiro momento da
novidade dos CDs, sempre senti falta
do manuseio de algumas obras de arte no formato de capas de LPs, nas dimensões de 32cm x 32cm, de
sua ficha técnica, do cheiro do invólucro de plástico que protegia o vinil, da
facilidade da leitura de suas letras, músicos, arranjadores, estúdios de
gravação etc. Com o CD tudo isto se
perdeu, pelo aprisionamento destas características em seu minúsculo espaço, 13cm
x 13 cm, além da perda da qualidade na reprodução de certos sons, audíveis no
vinil e pasteurizado no CD, segundo
ouvidos muitos sensíveis entre os quais não me incluo, direcionando meu lamento
para forma, já que o conteúdo sonoro melhorou.
Mas, os vinis estão voltando, ainda que verdade
eles nunca tenham ido embora, pois mesmo com as gravações no novo formato
alguns artistas bancavam a produção de cópias de seus discos para uso pessoal
ou para brindes a colecionadores e amigos. Agora, no entanto, a volta se dá em
escala industrial, através da Polysom,
no Rio, a única gravadora em vinil
sobrevivente no país e, responsável pelo lançamento de novos discos neste
formato ou reprodução de cópias de discos originalmente gravados e
comercializados em CDs, agora
transformados em LPs. O ano passado
já foram produzidos em torno de 70 mil LPs com reprodução de discos de Tom Zé, Chico Sience, Secos e Molhados, Los
Hermanos, Jorge Ben (África Brasil e Tábua de Esmeralda) ou discos que já
são lançados nos dois formatos como os casos de Cavalo do Rodrigo Amarante
ou Nunca tem fim do Rappa.
Seguindo a trilha da volta dos
LPs, as empresas do ramo de eletrônica já estão incluindo em seus estoques a
venda dos toca-discos, essenciais para a reprodução dos velhos novos vinis. Os
colecionadores agradecem, mas não abandonam os sebos, nunca se sabe a
preciosidade que pode se esconder por lá.
Foto: Ilustrativa
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