sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ele voltou, o vinil voltou novamente...


Há vinte anos quando do surgimento dos CDs, uma nova modalidade de gravação sonora, imaginava-se a morte para sempre dos saudosos LPs, os bolachões. Mas, eles resistiram e não se deram por vencidos, pelo menos entre os colecionadores e adoradores de seu formato e de sua sonoridade. O certo é que foram encher prateleiras das lojas de sebo, reduto destes mesmos colecionadores locais ou americanos e europeus em busca de novidades pré e pós-bossa nova, à proporção que os ouvintes de música iam trocando o velho formato pelos modernos CD’s.

Já falei aqui neste espaço do fim que tiveram e estão tendo os meus queridos LPs, que embora adepto num primeiro momento da novidade dos CDs, sempre senti falta do manuseio de algumas obras de arte no formato de capas de LPs, nas dimensões de 32cm x 32cm, de sua ficha técnica, do cheiro do invólucro de plástico que protegia o vinil, da facilidade da leitura de suas letras, músicos, arranjadores, estúdios de gravação etc. Com o CD tudo isto se perdeu, pelo aprisionamento destas características em seu minúsculo espaço, 13cm x 13 cm, além da perda da qualidade na reprodução de certos sons, audíveis no vinil e pasteurizado no CD, segundo ouvidos muitos sensíveis entre os quais não me incluo, direcionando meu lamento para forma, já que o conteúdo sonoro melhorou.

Mas, os vinis estão voltando, ainda que verdade eles nunca tenham ido embora, pois mesmo com as gravações no novo formato alguns artistas bancavam a produção de cópias de seus discos para uso pessoal ou para brindes a colecionadores e amigos. Agora, no entanto, a volta se dá em escala industrial, através da Polysom, no Rio, a única gravadora em vinil sobrevivente no país e, responsável pelo lançamento de novos discos neste formato ou reprodução de cópias de discos originalmente gravados e comercializados em CDs, agora transformados em LPs. O ano passado já foram produzidos em torno de 70 mil LPs com reprodução de discos de Tom Zé, Chico Sience, Secos e Molhados, Los Hermanos, Jorge Ben (África Brasil e Tábua de Esmeralda) ou discos que já são lançados nos dois formatos como os casos de Cavalo do Rodrigo Amarante ou Nunca tem fim do Rappa

Seguindo a trilha da volta dos LPs, as empresas do ramo de eletrônica já estão incluindo em seus estoques a venda dos toca-discos, essenciais para a reprodução dos velhos novos vinis. Os colecionadores agradecem, mas não abandonam os sebos, nunca se sabe a preciosidade que pode se esconder por lá. 

Foto: Ilustrativa

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