sexta-feira, 31 de maio de 2013

O poder da arquitetura católica.


Que bom, rever Salvador contrariando o serviço de meteorologia que previa assustadoras pancadas de chuva, ao contrário dos “dias de luz, festa do sol”, por enquanto, e o Porto da Barra fervilhando de encantamento. O por do sol visto do Santo Antonio além do Carmo no final da tarde de ontem é pura contemplação, enquanto nos dirigíamos ao Hotel Pestana Convento do Carmo para uma recepção a familiares procedentes de São Paulo para a festa dos 100 anos de Dona Lourdes. Instalações luxuosas e modernas numa construção secular foi a saída como deve ser para todas e tantas edificações monumentais, símbolos do poder da Igreja Católica por séculos e séculos, amém, como forma de preservação de tão rico patrimônio arquitetônico. Grossas paredes, colunas de uma largura equivalente a uma porta, arcadas, portas de madeira maciça nos faz viajar pela história e pela vaidade arrogante com que a Igreja se impôs por tanto tempo, sempre ao lado dos poderosos numa troca de mesuras que se sustentavam e se mantinham através dos tempos.

Todo o bairro de Santo Antonio hoje experimenta uma corrida imobiliária silenciosa que transforma seus antigos casarões em hotéis e pousadas sempre gerenciada e adquirida por suíços, alemães, franceses e italianos que imprime uma certa elegância europeia ao seu modo pacato e interiorano de viver. A cidade começou por aqui, como mostram suas ruas estreitas, suas praças com coretos e uma profusão de igrejas caindo aos pedaços, algumas, e bares de classe médias espalhados por suas calçadas faz do Santo Antonio um bairro simpático e acolhedor.

Foto: Interior do Hotel Convento do Carmo

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Prá tudo se acabar em uma verruga!

Não creio que um site tenha competência ou estrutura para realizar pesquisa seja lá de que assunto for, ainda que o site seja inglês. No caso, levando-se em conta a seriedade britânica e o prosaico motivo da pesquisa, faz-se certo esforço para que o resultado obtido pelo pesquisador não descambe de vez para a galhofa. Mas, faz sentido sim, o dado revelador de que 33% dos homens ingleses com idade variando entre 35 e 60 anos não conseguem enxergar seus órgãos sexuais, devido ao volume de sua circunferência abdominal. Na verdade não é um mal nem uma constatação inglesa, mas dedutível com qualquer gordinho que se encontre por aí, com a camisa se esgarçando, com os botões explodindo por força de uma barriga descomunal aprisionada por aquela peça do vestuário que se mostra incapaz em conter a avalanche de banha, estrias e pelancas indomáveis. É como se abaixo da linha da barriga nada mais existisse ou se existiu um dia, ele nem lembra mais o formato, tamanho e cor.

Se o campo da pesquisa fosse, por exemplo, a cidade de  Morro do Chapéu, além do acidente provocado pela explosão do abdômen, teria que ser considerada a época da pesquisa, se inverno ou outono, já que tanto em Londres como no Morro, por força destas baixas temperaturas estas regiões anatômicas costumam reduzir suas dimensões a meras e humilhantes verrugas, transformando todos em filhas de Léa T, após intervenção cirúrgica, jogando os bagulhos prá os cachorros. E o vento levou, aliás, o bisturi levou. Tá vendo aí, tô falando!

Foto: Ilustrativa

terça-feira, 28 de maio de 2013

Levando gato por lebre.



Sobre a venda milionária do jogador Neymar para o Barcelona a cada momento surge uma nova noticia, fazendo com que o assunto não deixe tão cedo as páginas esportivas dos jornais. Esta avalanche de noticias e especulações são motivadas pelas cifras volumosas que envolveram a transação, com muita gente ganhando dinheiro, principalmente o mercantilista pai do jogador, a exceção mesmo do Santos que criou e deu as condições necessárias para o surgimento de um novo ídolo, foi talvez quem menos lucrou com a mercadoria vendida.

Entre estas notícias, uma chama atenção porque diz respeito a um contrato que teria sido assinado entre o jogador e o clube espanhol em 2010, com um adiantamento a Neymar e seu pai de algo em torno de 20 milhões de reais. Grana esta que foi aplicada pelo jogador na compra de um iate por 14 milhões de reais e que se encontra ancorado em uma marina no litoral de Santa Catarina. A ser verdade, o Barcelona comprou o que viu em 2010, quando Neymar integrava um time que maravilhou o país ao lado de jogadores em fase excepcional como Paulo Henrique Ganso, Robinho, André, Madson, Arouca e coadjuvantes também brilhantes.
Este Neymar que o Barcelona está levando agora não é nem sombra daquele campeão pelo Santos, em 2010. É cavalo paraguaio, mais preocupado com dancinhas de pagodeiro, com a mais nova tintura para cabelo, a chapinha mais alisada do cabeleireiro de ponta, a Maria Chuteira global em voga, com o próximo videoclipe a ser gravado no Engenhão, enfim qualquer coisa que não seja futebol. Vigia Barcelona!

Charge: Amarildo

Quando o sol se põe vem o Farol...

“Quando o sol se põe vem o Farol, iluminar as águas da Baía”, o bonito verso de uma canção dos Novos Baianos, Farol da Barra a partir de agora, até quando setembro vier, não se repetirá com a frequência que nos acostumamos em pleno verão. O pôr do sol no Farol terá de agora em diante como cenário, um céu de chumbo, carregado de nuvens cinza, acompanhado de uma garoa intermitente e um frio pouco peculiar para as temperaturas que a cidade quase sempre experimenta. Ou pancadas de chuvas como a de ontem, de 90 mm, para espanto dos meteorologistas, um quase temporal que virou pelo avesso, parte da cobertura da récem inaugurada Arena Fonte Nova, tambem conhecida entre os rubronegros por 5 x 1, uma boa ideia.

As baixas temperaturas já se espalham por todo estado, como em Morro do Chapeu, neste final de semana, na companhia de guarda chuva, boné e blusão em que tomar uma cerveja no Bar da Maradona, Koks, Nito ou no Posto BR, na saída para Irecê, chega ser uma heresia. Mas, o que se há de fazer! Muito embora estas baixas temperaturas, em Morro do Chapéu, são mais que conhecidas, uma especie de cartão de visita ou carteira de identidade que a cidade oferece aos seus moradores e visitantes e assim, nada a temer ou reclamar, até porque dormir no Morro nestas ocasiões é adormecer o sono dos justos.

Foto: Por do sol no Farol

A volta do irmão do Betinho.

Assim como a Rê Bordosa voltou, agora são os filhos do Henfil que voltam. Ainda que em situações diferentes, já que a foi morta pelo seu autor, o Angeli, num desses casos em que o personagem parece se sobrepor ao criador adquirindo vida própria, descontrolada e louca como a escrota Rê Bordosa em seu cotidiano de sexo, drogas e rock n’roll. A volta da Rê Bordosa se deu em uma edição luxuosa da editora Companhia das Letras para saciar a curiosidade e a saudade de tão controversa criatura.

No caso do Henfil foi a vida que lhe abandonou, deixando todos nós “Filhos do Pasquim” duplamente órfãos da companhia do inesquecível semanário e da turma do pesada formada pela Graúna, Zeferino e dos impagáveis Fradins todos filhos do Henfil. As suas charges já foram relançadas em livros e agora servem de motivo para uma exposição itinerante por várias cidades do país. Para os que viveram o tempo do Henfil é uma volta ao passado, para os que não, fica o contato com um dos mais criativos e abusados chargistas da história de nosso bom humor.
Charge: Henfil

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Terço dos Homens


É curioso e bonito o cuidado que a cidade de Morro de Chapéu tem em preservar e manter ativa as tradições religiosas e culturais que fazem parte de sua vida secular. Este final de semana foi realizada pela paróquia da cidade, no Santuário de Nossa Senhora das Graças, mais uma romaria do Terço dos Homens com a participação de religiosos de cidades vizinhas como João Dourado, Irecê, Cafarnaum, Miguel Calmon entre outras. Os participantes, tanto homens como mulheres, se revezam em rituais da Igreja Católica como Adoração ao Santíssimo, orações em grupo, procissão pelas ruas da cidade, cânticos de agradecimento e louvor a Nossa Senhora numa maratona de fé pela a família e pela a comunidade cristã.

A semana passada foi realizada também no âmbito da Igreja Católica a festa de São Benedito que este ano teve como patronos da festa, os pais de meu genro, que trouxe, conforme pude verificar em um vídeo amador, para a solenidade de encerramento, um grupo de homens e mulheres representando a Marujada. Cantando e dançando como uma espécie de reisado, a Marujada se dirigiu à casa dos patronos da festa, conduzindo-os pelas ruas da cidade até a Nova Igreja Matriz, passando antes em cada casa do percurso, convocando seus moradores para acompanharem a cortejo até a missa solene naquela manhã de 20 de maio de 2013. São manifestações populares que enriquece a vida da cidade, mantendo viva a história de seu povo.
Foto: Marujada (ilustrativa)

Laços de Família - Vovô Bazo


Foto: Com Julinha que ontem completou um mês de idade

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Rua Frei Tito.

São Paulo, como sempre, saiu na frente dando o exemplo que deverá ser seguido por outras cidades do país, quanto à troca de nomes de avenidas, ruas, praças e viadutos, por nomes de pessoas que mereçam a honraria, jamais àqueles que se posicionaram contra os direitos humanos como torturadores e ditadores. Lá na capital paulista existe uma rua com o nome do delegado Sérgio Fleury, um covarde serviçal da ditadura militar, tendo o triste legado de comandar sessões de torturas a presos políticos no período mais agudo da repressão. Pessoas como este elemento não devem ser esquecidas pelos males e pelos crimes cometidos contra tantos brasileiros, mas não podem ser reverenciado como nomes de logradouros públicos, já que pública deve ser a sua vida de verme rastejante e inimigo da democracia, nunca motivo ou razão de homenagens. Sai a Rua Sérgio Fleury e entra a Rua Frei Tito uma das vítimas de sua senha desumana

Do mesmo modo generais golpistas e usurpadores de mandato presidencial, seres coniventes com práticas hediondas de maus tratos e torturas, não devem ter seus nomes grafados em locais das cidades onde homens, mulheres e crianças construem a sua vida, sua cidadania e praticam a sociabilidade democrática. Em Salvador, jamais me referi ao Vale de Nazaré, como Avenida Marechal Castelo Branco, uma das muitas homenagens imerecidas concedidas pelo “velhote inimigo que morreu ontem”, ele próprio um filhote da ditadura e bajulador lambe-bota de militares, que grafou ou induziu a reverência a seu próprio nome nos mais diferentes espaços públicos de qualquer cidade baiana.

Foto: Frei Tito de Alencar Lima

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mamãe eu quero... Mamãe eu quero...

congresso_porcos_mamata_17-05-2013

Charge: Simanca

Angélica - Quem é essa mulher!


A Comissão da Verdade segue os seus trabalhos lentamente, pisando em ovos às vezes, mas sempre em frente e se posicionando, como há dias atrás, diante do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do DOI-CODI paulista na época da repressão, considerado torturador por 10 entre 10 presos politicos, como a atriz Bete Mendes. Em sua arrogância militar disse entre “não dizer” que lutava pela democracia ao desempenhar o papel sujo que lhe coube, talvez orgulhoso.

Sempre que penso ou lembro dos crimes cometidos pela ditadura militar vem em minha memória o horror sofrido pelo jovem Stuart Angel Jones, filho da figurinista e estilista Zuzu Angel e de um cidadão americano. O que se sabe da morte de Stuart Angel nem os asseclas de Hitler seriam capazes de tamanha brutalidade. Conforme relato de outros presos que presenciaram o ritual macabro de suas celas, o militante da facção de esquerda MR-8 foi torturado até desfalelecimento, sendo amarrdo ao cano de descarga de um jipe militar e arrastado pelas dependências da Base Aerea do Galeão, até a morte. Seu corpo foi amarrado, colocado em um saco e jogado ao mar por um helicópetro.

Sua mãe, Zuzu Angel, por ser uma personalidade internacional rodou o mundo denunciando os crimes da ditadura militar e a morte de seu filho, clamando por justiça ao governo americano já que Stuart Angel por ser filho de americano tinha dupla cidadania. Os Estados Unidos por ser avalista do golpe militar e da manutenção da ditadura militar não foi um bom endereço para que Zuzu Angel gritasse por justiça e pelo desaparecimento de seu filho.

Miltinho do MPB-4 e Chico Buarque compuseram a canção Angélica em homenagem a esta corajosa mulher, que em versos triste canta o seu desespero, sua busca incansável por seu filho que dorme na escuridão do mar.

Vídeo: Youtube 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Paralamas - 30 anos de sucesso.

Para fechar o domingo de festa e alegria que vivi no dia 19 de maio, fui a Concha Acústica do Teatro Castro Alves assisti ao show dos Paralamas passando a limpo seus 30 anos de carreira. A plateia acompanhou como seguidores de uma das bandas mais criativas do Rock Brasil 80, mas a chuva não. Aliás, a chuva também, pois caiu impiedosa durante todo o dia desde o amanhecer, todo o tempo que durou a apresentação e prosseguiu madrugada adentro. Muita água por fora e por dentro Além do prazer e do copo plástico com cerveja permitido nas dependências da Concha fazia parte da indumentária da plateia, uma capa plástica vendida na entrada como companhia ao guarda chuva também adquirido no local ou trazido de casa.

O acidente que deixou paraplégico o guitarrista e “bandleader” da banda, Herbert Viana, não lhe tirou as qualidades de grande músico nem o pique roqueiro de inicio de carreira, mesmo que o vigor juvenil tenha cedido lugar a maturidade também criativa. Escudado pelos fieis companheiros João Barone na bateria, Bi Ribeiro no baixo, Herbert Viana vai encadeando um sucesso atrás do outro, sinalizado por um imenso painel de alta definição no fundo do palco com a capa do disco e o ano de seu lançamento. Sem ordem cronológica tanto podiam ser executadas Alagados e A Novidade do disco Selvagem de 1986, como Lourinha Bombril e La bella luna de 1996, do disco Nove luas ou Vital e sua moto e Cinema mudo do disco de estreia, também intitulado de Cinema mudo de 1983.
Uma carreira vitoriosa deste grupo e mais o Legião, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Ira, Capital Inicial, Biquíni Cavadão tornaram a música brasileira mais vibrante, alegre e jovem por toda a década de 80 e para sempre. Amém!
Foto: Paralamas

Fala baixo se não eu grito!



Se esta nova novela global em substituição a mixórdia de Dona Glória Perez, finalmente encerrada sexta feira passada, tiver alguma coisa em comum com a abertura musical de Amor á vida era melhor que Salve Jorge continuasse com seu trânsito livre para a Turquia, com a simplicidade de quem atravessa a rua. Quem teve a ideia desastrosa de entregar ao cantor sertanejo Daniel a interpretação de Maravida de Gonzaguinha, tema de abertura da novela, foi de uma maldade injustificada com a bela canção do grande artista. Isto não se faz!
 
Se estão querendo promover o cantor Daniel e por tabela a segunda edição do The Voice Brasil, do qual o sertanejo é um dos apresentadores, não precisavam assassinar a Maravida de Gonzaguinha, deixassem o sertanejo tropeçando em sua habitual gritaria tão a gosto de seu cativo público.
 
Foto: Novela Global

 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Vitória, Vitória, Vitória!


Para quem já tem a vida como o maior e verdadeiro presente de Deus, os amigos e familiares se revezam em gestos generosos de felicitações a cada ano, em especial, no dia que completo mais um ano de vida, como neste domingo dia 19. Outro presente, outro mimo, veio do campo de futebol, onde nosso rubronegro baiano, o Vitória conquistou o título de Campeão Baiano de 2013, contra o Barcelona de Itinga, após sucessivas derrotas neste ano, algumas humilhantes e detonadoras de crises como o tricolor estrelado vem amargando, num verdadeiro inferno astral. Problemas que não nos dizem respeito, somos campeões baiano e, caixão e vela são pras bandas de lá. Vitória, Vitória, Vitória!

Foto: Vitória - Campeão Baiano de 2013.

O diário de Genet.

Vimos, sábado passado na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, a peça O diário de Genet, tendo como base a obra do escritor e dramaturgo francês Jean Genet e a essência do que produziu com a própria experiência de prisioneiro, homossexual, ladrão e provocador. Com esta ficha de maus antecedentes o que se vê no palco é a vida de quem passou mais tempo nos cárceres que propriamente em liberdade, mostrando que Genet era mesmo do barulho e da bandalha, mais radical que as próprias personagens literárias que criava fruto desta marginalidade.

Para dar vida a este personagem que marcou a vida cultural parisiense por longos anos, os atores Duda Woyda e Rafael Medrado se encarregam da tarefa por mais de 60 minutos em uma entrega visceral e agressiva como o próprio Genet. Num ritmo frenético em que sua vida no cárcere é realçada, bem como este lado abjeto e podre de sua vida desregrada, O diário de Genet nos pega pela palavra, pela exposição de quem sempre esteve no fio da navalha, por um fim que ele quis precipitar sem conseguir o intento. É de perder o fôlego a agilidade dos atores em especial do Rafael Medrado de quem vimos recentemente Os cafajestes, Salmo 91, outros bons trabalhos deste promissor artista baiano.
A peça esteve no Festival de Curitiba deste ano, em uma edição que foi aberta como janela para o teatro baiano com algumas peças locais sendo apresentadas, e tendo como anfitrião o ator baiano Wagner Moura na mostra deste caldeirão de bons atores que é o teatro feito aqui na cidade.

Foto: Rafael Medrado e Duda Woyda


sábado, 18 de maio de 2013

A 9ª Virada Paulista


Começa hoje, às 18 horas a 9ª Virada Cultural Paulista, o impressionante evento nascido na Europa e Estados Unidos, que fez morada em São Paulo e no Rio e que tende a se espalhar pelo país, tal a capacidade de trazer para as ruas pessoas que ficam escravizadas diante de um aparelho de TV vendo e ouvindo as sandices da novelista Gloria Perez, por exemplo, como se fosse divertimento. Uma novela, no caso desta mixórdia, Salve Jorge, que é reflexo de seu ser doentio, perverso, vingativo e mau. A babaquice de seu enredo e do seu final é assunto para desocupados, quer dizer espectadores de televisão. Fora Glória Perez, Marco Feliciano! Iguais no conteúdo e no texto.

Quanto à Virada Paulista estaremos representados pelo impagável Los Catedrásticos, onde a nova música baiana é colocada em seu devido lugar: o lixo. Outra novidade baiana é a Baiana Sistem reinvenção e exposição da guitarra baiana, este instrumento que Armandinho e seu pai Osmar jogaram no liquidificador da música brasileira, e encontraram amparo e prosseguimento nas mãos hábeis e talentosas de Robertinho Barreto. Vamos lá Bahia. Esta sim, aquele não!

Foto: Robertinho Barreto

"Sou a chuva que molha a areia do Saara"

No Bar de Simão, na Ladeira da Fonte, aguardando o inicio de Abraçaço, o novo show de Caetano, na Concha, marcado para as 19 horas. Mas, como todos sabemos nunca se inicia no horário previsto, sempre depois, bem depois. Mas desta vez nos enganamos. Não cheguei tomar o segundo copo de Schin quando ecoaram os acordes iniciais de “A bossa nova é foda” e todos, ao mesmo ao tempo, seguiram o "chamado" para se posicionar na longa fila de entrada da Concha. Fiz valer a minha prerrogativa de “velhinho” e procurei a entrada privativa. Mas, nada adiantou, a Concha já estava totalmente lotada e, sem jeito fiquei em pé frente ao palco no meio de uma multidão que também ali se aglomerava. Foram quase duas horas de show e nenhum sinal de cansaço diante do grande artista.

Num primeiro momento impressiona a qualidade da diminuta banda; baixo, guitarra e bateria, onde o guitarrista Pedro Sá, soberano, dá as ordens do terreiro com “riffs” de guitarra bem rock n’roll dos anos 70, que vem ser a base dos três últimos discos de Caetano, Cê, zii e zie, e Abraçaço, sendo este repertório todo utilizado no show. A Concha em uníssono cantava estas canções com uma naturalidade e uma intimidade como se fossem as canções antológicas de sua discografia a exemplo de Reconvexo, De noite na cama, Terra, Lindeza, Coração vagabundo, Trem das cores, Triste Bahia muitas dessas também se fizeram presente no “set list” do show e outras mais, muito mais. Um artista imenso, do tamanho de seu país, aliás maior, bem maior.

Foto: Caetano

O rumo da chuva.

Mais uma vez em Salvador de quem me afasto, saio, por breves dias, mas que não sai de mim. E para onde sempre estou voltando, mesmo que a chuva insista em cair e torne o retorno menos agradável do que deveria, mas gosto de estar por aqui. Apesar da lentidão do trânsito, das ruas alagadas, da má educação de nossos motoristas que não hesitam em lhe dar um banho com a água suja das ruas, acumuladas nas crateras lunares de sua pavimentação.

Penso na chuva e na sua falta no sertão, trazendo da memória o verso do saudoso amigo e poeta Carlos Sampaio, “chove inconsequente na província”, como se dissesse não, não é por aqui; é lá, é lá, mas impassível ela, a natureza, carrega e espalha seus mistérios, seus encantos e, “quem há de negar que ela lhe é superior”. Então, chove chuva, chove sem parar, aqui ou em qualquer lugar, mesmo que não seja lá.

Fotomontagem: Facebook

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cai o rei de espadas, de copas, de paus...

Domino1
Como numa fila de pedras de dominó, os clubes paulistas que disputavam a Copa Libertadores foram caindo um por um, num desastre sequenciado. Primeiro o São Paulo que foi eliminado e humilhado pelo Atlético Mineiro no Estádio Independência, em Belo Horizonte, após ter sido derrotado também em seu próprio campo, o Morumbi, por 2 x 1, com deboche de Ronaldinho Gaúcho e outras coisas mais. O próximo da fila foi o Palmeiras que enfrentou o Tijuana, no México, tendo conseguido o bom resultado do empate, ficando a decisão aqui para São Paulo. E veio o segundo jogo, no Morumbi, que deve ter deixado o goleiro Bruno, do Palmeiras, sem dormir até hoje, ao lembrar o Peru de Natal que deixou fugir das suas mãos até alcançar o gol, num chute tão fraco que sequer chegou a tocar na rede, como é comum nos gols.

E o fim da fila ficou com o “timão” (lá pras negas dele!), o Corinthians que mesmo perdendo para o Boca Juniors, na Bombonera, teria a chance de conseguir a classificação diante de sua imensa e amalucada torcida. Não foi o que se viu. Mesmo com a garra que caracteriza o time em decisões de título ou vaga como a que estava em disputa, e impulsionado por esta mesma torcida, viu Riquelme, o veterano craque argentino, abrir o placar e tentar segurar o jogo que apesar do gol de empate marcado por Paulinho ainda lhe era favorável para prosseguir na competição. Os erros da arbitragem já são comuns, embora inaceitáveis, quando estão em disputa clubes brasileiros; na dúvida levam sempre a melhor, os nossos adversários.
Sem querer enveredar por uma ideia paranoica, que ouço circular por aí, há uma evidente má vontade de jogadores, árbitros, bandeirinhas, dirigentes de clubes sul-americanos contra brasileiros, por conta de uma possível posição imperialista de nosso país diante dos nossos “hermanos” do continente. Deste modo eles estão sempre predispostos a nos prejudicar sem perder a oportunidade de soltar os cachorros sobre nós, quando não a bandeira do impedimento, invalidando gols. Não há o que chorar, os argentinos são, ou foram, os caras.

Foto: Ilustrativa

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Rastro de perfume.

Sempre fui um usuário de perfume, não um consumidor contumaz, mas com frequência lembrado por familiares e amigos em ocasiões especiais e principalmente por Moema que me colocou e me fez próximo a aromas como o dos perfumes Lancaster, Lapidus que incendiaram os ambientes festivos onde nos encontrávamos em nossa juventude. Mas nada se compara à primeira colônia de nível internacional fabricada no país, a RASTRO, que impregnou as roupas e os corpos dos marmanjos a partir dos anos 60. Todo mundo cheirava igual, nos restaurantes, boates, aniversários onde houvesse uma roda social.

Recentemente reouvindo um disco de Nana Caymmi, um dos seus excelentes LPs, E a gente nem deu nome, lembrei da faixa Rastro de Perfume, uma composição de Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro onde é feita uma analogia entre o amor, o perfume e o rastro, que guarda clara identificação com a colônia paulista lançada nos anos 60. É um bolero derramado, de paixões não cicatrizadas, do peso e da carga do amor, bem ao estilo de Nana que rasga o coração em versos como: “Sou um sofredor/quando falo de amor/minha voz embarga/tenho a boca amarga/os lábios sem cor/os nervos à flor./Ai, o amor/É como um perfume que o vento traz/Que embriaga a gente/Que se desfaz/Mas do rastro seu/ não se esquece mais”. Assim como da colônia!

Foto: Colônia Rastro

terça-feira, 14 de maio de 2013

Parada de (in) sucessos.

Ta querendo o q?

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Com toda esta zoeira em torno dos torcedores do Barcelona de Itinga, eles sempre imaginam ter um ás de ouro disponível no bolso para momentos aflitivos como os que estão vivendo, e fazer uso quando se sentem acuados, como agora. São as tais estrelas cadentes e enferrujadas, obras do acaso e da bagunça que é o futebol brasileiro. A primeira nunca foi reconhecida e mesmo assim ostentavam com a ousadia de quem se apropria de que não lhe pertence. Um mero amistoso entre o campeão do torneio Rio-São Paulo, contra o campeão nordestino, sem nenhum reconhecimento da CBD, hoje CBF, ganhou ares de nacionalidade só agora reconhecida por esta mesma CBF, após muita pressão de clubes cariocas e paulistas interessados de que algumas disputas semelhantes, também não oficiais, se transformassem em títulos nacionais. Como os sulistas conseguiram dobrar a cartolagem do futebol, impondo sua vontade depois de tanto tempo, foram premiadas as lagostas, sobrando também para a sardinha.

Quanto ao título de 1988, este sim uma obra do mais absoluto acaso e consequência da diáspora do futebol brasileiro após a derrocada da nossa seleção na Copa de 1986, no México, ganha pela Argentina, quer dizer Maradona. Os jogadores brasileiros se espalharam pela Europa e Ásia, deixando o cenário de terra arrasada em nossos grandes times, possibilitando que qualquer sardinha pudesse pleitear a conquista do título de campeão brasileiro, o que veio acontecer de fato. Quanto às estrelas... ah, as estrelas!.
Fotomontagem: Facebook

Beleza medonha!


O estado de saúde e o internamento do cantor Netinho pelo uso de anabolizantes entre outras drogas de discutíveis resultados estéticos coloca em cena a discussão por esta busca desenfreada por um padrão de beleza ideal. Beleza pretendida ou imaginada. mas que nunca é alcançada, a não ser que músculos disformes, bíceps desproporcionais a estatura e a estrutura muscular, verdadeiros mondongos presos aos braços, pernas, tórax, costas possa significar a perfeição corporal almejada.  

Como a ideia é generalizada entre os homens, aliás, na espécie masculina que não precisa ser necessariamente um homem, que o sacrifício com a deformação, com a esquisitice brutamontes, procura atingir os olhares femininos é um tiro no pé, já que elas estão sempre opinando ou fazendo olhar de paisagem quanto a desaprovação da silhueta musculosa em comentários e entrevistas públicas. Portanto eles procuram agradar a eles mesmos e a comunidade a que pertencem ou que estão batendo à porta para entrar. 

Foto: Ilustrativa 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Não basta ganhar, mas pintar o sete.


Se não tive a alegria de homenagear minha mãe, pude reverenciar a mãe das minhas filhas, a mãe da mãe de minhas filhas e tantas mães amigas no âmbito familiar e fora dele. Fui feliz também neste dia dedicado ao “bem maior de nossas vidas” que desde os 17 anos perdi, mas ao longo do tempo fui conquistando e ganhando outras mães.

Mas, o domingo se fechou em clima de festas e alegria com o nosso rubronegro, o VITÓRIA que na Arena Fonte Nova, como já se tornou hábito, bateu o Barcelona de Itinga de forma impiedosa e humilhante. Não bastou ganhar, mas colocar, pelo menos a sua detestável torcida, no lugar que é seu, o limbo e o lixo do mundo do esporte apaixonante que é o futebol. Cada gol era uma explosão de alegria, sem que soubéssemos que ao longo da partida poderíamos cansar de comemorar tanto reinício da partida, com a bola ao centro do campo todas as sete vezes que a bola nos pertenceu.
 
Estamos com a mão na taça, mas só teremos de fato a comemoração da conquista, dia 19, que por certo terei como presente de aniversário o título de Campeão Baiano de 2013. “Vamo que vamo Vitória”

Foto: Vitória

domingo, 12 de maio de 2013

O primeiro assalto a gente nunca esquece.


Faria tudo para apagar da memória aqueles momentos de pavor e medo ao ter sobre a cabeça o cano ameaçador de um revolver em meio a palavrões e xingamentos surgidos da nada, do desequilíbrio de quem tudo queria frente a quem nada negaria para manter intacta a sua integridade, a sua vida. Tudo passa como um filme de terror de um desfecho conhecido e que só a mão divina foi capaz de permitir que hoje lembrasse amargurado experiências tão desumanas e irracionais cada dia mais banalizadas e frequentes na vida de todos nós.

Havia na Pituba, em frente ao Clube Português, o Bar Travessia, o mais novo reduto da juventude e da boemia da cidade. Encontrar uma mesa, uma vaga, um mero atendimento era tarefa para aventureiro, que nunca desistia de estar num espaço que transpirava alegria e gente bonita. Antes das cinco de um dia de sábado saímos do Travessia de volta prá casa, já que às 06 levaríamos Camila para um aniversário infantil da filha de amigos nossos. Ao entrar no carro e bater a porta tivemos a desprazer e o espanto de ver apontados nos vidros de cada uma das portas um revólver e o comando de que passássemos para o banco traseiro com a cabeça abaixada. Ocuparam a direção do carro e a velocidade que imprimiam, mais os freios e os zigue-zague que faziam deixava a impressão e a certeza que motorista era primário, ou o medo era tanto quanto o nosso. Ser ladrão e ser honesto são faces de uma mesma moeda.

Mais adiante estavam na espera mais dois comparsas que passaram a integrar o bando, enquanto éramos colocados no banco traseiro do carro. Ainda hoje imagino como acomodei meus quase 1,80 m de altura e quase 90 quilos, à época, juntamente com o amigo de infortúnio, na mala de um Corcel. Fomos deixados com as mãos amarradas em um matagal com o lembrete reconfortante de que iriam fazer um assalto em Camaçari e que depois viriam entregar o carro. Uma piada imprópria para o momento. Antes de nos abandonarem eles levaram todos os nossos pertences inclusive meus óculos, restando a cueca que nos livrou do constrangimento de correr na direção de uma luz ao longe, para pedir socorro, após termos as mãos e os pés livres. Em um bairro, até então desconhecido para mim, Santo Inácio, fomos acolhidos por alguns moradores da porta que batemos e generosos cobriram nossas vergonhas com calções de time de futebol.
 
Escapamos, esta passou ser a primeira experiência que queria única, mas que lamentavelmente se repetiria algum tempo depois. Deus está livre!

Com vocês, Sá, Rodrix e Guarabira

Se eles tivessem gravado um único disco, Passado, presente e futuro já seria suficiente para marcar a sua presença na moderna música brasileira com músicas inesquecíveis como “Ama teu vizinho, Primeira canção da estrada, Cumpadre meu, Hoje ainda é dia de rock” e mais. Mas, o trio Sá Rodrix e Guarabira tinha muito mais a mostrar num estilo que a critica musical apelidou de “rock rural”. E ai veio o consagrador Terra e um repertório que trazia “Mestre Jonas, Pendurado no vapor, Adiante, Blue Riviera, Até mais ver, Os anos 60” canções admiráveis que ainda hoje estão presente no coração da moçada que ostenta 60 anos ou mais.

Por razões comerciais, Zé Rodrix abandonou o trio e foi fazer carreira solo e se dedicar a composição de jingles para o mercado comercial, esbanjando o mesmo talento que havia se consagrado como autor de várias canções do trio. Sá e Guarabira seguiram a trilha e mantiveram a carreira vitoriosa através de discos com temática urbana e rural e sucessos incontestáveis como Sobradinho, Espanhola, Roque Santeiro, Harmonia, Verdades e Mentiras, Dona etc.

Vídeo: Youtube - Mestre Jonas (Sá Rodrix e Guarabira) 

sábado, 11 de maio de 2013

Laços de Família - O Centenário de D.Lourdes

Recolhendo fotos para a compoisção de um painel, montado por Dário, em torno da matriarca da Familia Kuhn, D. Lourdes que está completando 100 anos este mês, me deparei com fotos maravilhosas que só uma familia assim seria capaz de registrar. A foto acima com Lucas em frente a uma fogueira me remeteu a Morro do Chapéu, na Rua do Fogo, a primeira residencia da familia naquela cidade, em uma festa junina em que fogueira foi erguida por mim. Pedi a Seo Daniel que providenciasse as madeiras na fazenda, para satisfazer um desejo nosso de agradar Lucas e comemorar o São João. Fogueira acesa despertou a curiosidade dos garotos de rua que depois de certo tempo com a madeira em chamas, imaginando existir na pequena árvore algum brinde ou dinheiro, começaram a atirar pedras contra a fogueira. Lucas desesperado correu em minha direção avisando: “Dindo, lá vem os meninos”, “Dindo lá vem os meninos”. Corri para o quarto peguei a caixa de rojões que logo, logo iríamos acender e começei a tocar, não direcionando aos céus, mas tendo como alvo os meninos que queiram derrubar a fogueira de Lucas. Afastamos os meninos maus e como duas crianças comemoramos a vitória de São João. Te amo como um filho que não tive.


Esta outra foto impressionante tendo como centro a figura inesquecível de Seo Daniel, sogro e pai, ladeado por um enorme grupo de netos que numa comparação estúpida poderia ser descrita como uma “ninhada de ratos”. No bom sentido como cada um deles sabe do meu carinho e da atenção que os dispenso cotidianamente. Alguns deles mantiveram traços que acompanharam os seus crescimentos, outros se modificaram na aparência e cuja identificação para quem não os acompanhou tão de perto, talvez se torne uma tarefa para adivinhações. Seo Daniel, onde estiver, estará sentindo orgulho de seus “ratinhos”, jovens vitoriosos, profissionais bem sucedidos, homens do bem

Foto: Album de Família

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Já que os dias serão os últimos, mãos à obra!

Os pastores evangélicos estão no cio e indóceis. Depois do nazista que preside a Comissão de Direitos Humanos, da Câmara de Deputados, numa contradição absurda e só explicável, pela mais absurda ainda, política nacional, a cena agora é ocupada pelo não menos prosaico e cretino pastor Marcos Pereira da Silva, coincidentemente tão Marcos quanto o outro. Pastor da Assembleia de Deus dos últimos dias, o evangélico não perdeu tempo e, já que os dias seriam os últimos tratou logo de aplicar os dízimos num apartamento de oito milhões, em frente à praia de Copacabana, para ali expulsar o satanás do corpo das fieis. E o satanás para sair, alguém teria que entrar e, o pastor picareta Marcos Pereira foi entrando, entrando pelo corpo destas mesmas fiéis em surubas homéricas, quer dizer em sessões práticas de religiosidade explicita, resultando em estupro, abortos, mutilações físicas tudo pela limpeza da alma, já que os corpos tinham sofrido o pau - disse pau, mas era pão - que o diabo amassou. Um trabalho para praticante do MMA; despir o corpo das irmãs daqueles imensos vestidos de mangas e saias cumpridas, modelo “me engana que eu gosto”, mas nada que significasse para o rufião e reprodutor, pastor Marcos Pereira, um sacrifício, pois tudo teria que ser feito para expulsar de vez, o “coisa ruim” que possuía aquelas criaturas. Imagina!

Sacrifício e trabalho terão a polícia e a justiça para catalogar os crimes do pastor pegador e seu rodo alucinante na limpeza das irmãs, na conversão dos irmãos, no trânsito com o tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro que seu paletó seboso não conseguiu encobrir. Na porta da delegacia, irmãs se posicionam doidas prá dar (seu depoimento) já que não houve tempo de serem abatidas ou assistidas pelo pastor brocador. Enfim, a polícia chegou para por ordem no cabaré, já que o governo continua omissão e alheio a estas extorsões materiais e físicas praticadas por estes bandidos fantasiados de religiosos, tudo por conta do apoio da chamada bancada evangélica de deputados federais às votações que interessam ao Governo Federal.

Foto: O pastor rufião com a calçola de uma fiel sobre a cabeça.

De volta ao começo.


Não se volta ao que passou, assim como não volto a ler o que já escrevi neste espaço, talvez para não sair tropeçando nos “é os pingo da chuva me molhar”, possivelmente espalhados, nestes anos, entre tantas postagens. E especialmente para não sentir vergonha ante a presença de mestras queridas como as professoras Zuleide, Carminha e Leonor lentes exemplares do Almirante Barroso e do Colégio Cenecista de Piritiba onde tudo começou. Não foi por culpa delas que estes arremedos de frases que tento construir acabem às vezes atiradas na vala comum dos “é os pingo da chuva a me molhar”. Não! É minha culpa, minha máxima culpa, é “a pressa, é a alma dos nossos negócios” como resignado confessa Paulinho da Viola.

Mesmo não voltando a ler o que já foi, costumo gravar tudo, ou quase, que escrevo e, às vezes acidentalmente volto a ler estas postagens que foram gravadas. Assim descobri que em novembro de 2011 já tinha postado algo semelhante a “é os pingos da chuva me molhar” quando me referia a canção dos Novos Baianos, na voz de Baby, já estranhando a construção do verso de Galvão, autor da letra de Os pingos da chuva. Agora, no entanto, mesmo me repetindo, dou à canção dos Novos Baianos outro enfoque, outra abordagem,  ausentes na postagem mais antiga, enriquecendo, ao meu modo, com informações adicionais à trajetória deste maravilhoso grupo baiano dos anos 70. Se me repito, também me repito na vida, nunca fui original mesmo!

Foto: UFBA - 1973

quarta-feira, 8 de maio de 2013

"É os pingo da chuva me molhar"


De volta ao mercado informal e ilegal da comercialização de CD com gravações no formato MP3, com a discografia de determinado artista, voltei a ouvir grande parte do repertório dos Novos Baianos, que foi trilha sonora de determinados e significativos momentos de nossa juventude. Foi como se aqueles instantes de envolvimento e sonho musical presente, hoje, pudesse ter me colocado diante de um espelho de volta aos anos 70. E ali estava eu, com os cabelos longos sobre os ombros, calça jeans desbotada e poída, sandálias de couro cru compradas na Barroquinha, livros de Herman Hesse debaixo do braço e um ar blasé de quem vivia permanentemente entediado. Uma figura, uma coisa. Não é sem sentido a semelhança que encontravam entre a minha pessoa e o Paulinho Boca de Cantor. 

O disco Acabou Chorare, resultado musical de um encontro dos Novos Baianos com João Gilberto é um dos 10 discos mais importantes da música brasileira, presente na antologia de qualquer crítico de música popular. Não bastasse o sucesso Preta, pretinha, o disco Acabou Chorare trouxe para o centro do gosto musical da juventude roqueira da época, o nosso instrumental brasileiro à base de bandolim, cavaquinho, violão, além da guitarra baiana eletrificados do jeito que Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page ou B.B King mandaram. Estava fincada ali a base musical dos Novos Baianos, que a partir do disco seguinte, Futebol Clube, manteve a mesma sonoridade brasileira e elétrica, significando também a consolidação da carreira dos “malucos” que agora viviam em um sítio, em Jacarepaguá, formando uma comunidade que nunca se sabia ao certo o número de seus moradores. Certo mesmo só a generosidade do “baseado” que movia tudo e todos

Deste disco Novos Baianos Futebol Clube, hoje me chama atenção a gravação de Baby Consuelo para Os pingos da Chuva, que tem letra de Galvão e música de Pepeu Gomes e Moraes Moreira. Da composição consta um verso repetido a exaustão, que causa estranhamento auditivo a sua esquisita concordância verbal: “É os pingo da chuva me molhar/é os pingo da chuva me molhar!/É os pingo da chuva me molhar”. Para um poeta e escritor como Galvão deve ter sido um descuido gramatical ou um “baseado” de procedência duvidosa.

Foto: Paulinho Boca de Cantor, Baby, Moraes e Galvão.

Com o corpo fechado e caxirola não mão.

Não se sabe o estado de espírito daqueles que pretendem visitar nosso país por ocasião da Copa das Confederações, e principalmente da Copa do Mundo, em 2014. Mas, é perfeitamente previsível a apreensão e a desconfiança dos desportistas em geral quanto à segurança que seremos capazes de oferecer aos visitantes por ocasião daqueles eventos.

Só o fanatismo e o amor, muito amor, ao futebol para encarar as cidades-sedes daquelas competições com seu cardapío diário de indigências humanas que beiram a bárbarie dos primórdios da civilização. Mulheres estrupadas em vans ou ônibus urbanos, arrastões em restaurantes de bairros elegantes ou pés de chinelos, brigas e mortes no caótico trânsito das cidades, roubos, em pontos turísiticos, de câmaras fotográficas, óculos e bolsas, tiroteio a qualquer hora do dia entre bandos de traficantes nas periferias ou centro, mortes banais por celulares, tênis ou boné, enfim uma desorganização urbana e uma chaga social que tão cedo não será cicatrizada.

Todos nos que habitamos estas cidades sabemos do risco que todos estarão expostos, nativos ou visitantes, mesmo com a parafernália eletrônica que será montada para dar a impressão que aqui se vive em paz, a paz dos cemitérios, por mais que a imprensa internacional faça muxoxo.

É certo que entre os que por descuido nos visitarão, nem todos são “moças de fino trato”, estão aí os torcedores de times ingleses, alemães e holandeses para mostrar que a bagunça e a violência de torcida de futebol não tem paternidade. (Os corintianos inventaram o uso de sinalizadores). Só que lá, eles são capazes de oferecer ou disponibilizar mecanismos de segurança aos torcedores visitantes de todos os paises, que viabilizam uma festa, um grande evento, com um mínimo de urbanidade. 

Foto: Caxirola    

domingo, 5 de maio de 2013

Censura - É coisa muito grande prá esquecer.

maira_zimmermann_roberto_carlos_charge_censura_03-05-2013

Charge: Simanca.

A esposa de Jesus.



Escritores e pesquisadores europeus e americanos, mais estes que aqueles, tem se dedicado, ultimamente, com certa frequência até, a temas ligados ao cristianismo, em geral desmontando teorias que a Igreja Católica tem como verdades absolutas. A mais recente bisbilhotice religiosa partiu de uma historiadora da Universidade de Harvard que assegura ter tido o filho de Deus, Jesus, uma relação marital. Isto é, pintou rabo de saia na túnica de Jesus.
 
Há nestas pesquisas e descobertas uma dose de espalhafato, de escândalo, que serve tão somente para vender livro e dar notoriedade ao descobridor, que às vezes nem carece, numa jogada de marketing sobre assuntos sem muita relevância histórica ou mesma religiosa, já que nada mudará o curso do que se sabe em torno da fé cristã.

Se foi Maria Madalena ou não, nunca se saberá, até porque mesmo sendo Madalena da bandalha e tendo um currículo considerável de sedução e pecado, é possível que nem Jesus tenha escapado aos seus encantos, e pelo contrário, deve ter saído por aí recolhendo as pedras atiradas contra a pecadora. Em religião nada se sabe!
 
Fonte: Revista Isto É.

Até tu Isidório!


O notório deputado Marco Feliciano continua firme em seu cinismo desmedido e na crença inabalável de que só o dízimo constrói. E como constrói, visto o patrimônio de seus pastores e a próspera rede do comércio da fé.

Montado em uma popularidade obtida pelo avesso, isto é, não por méritos parlamentares ou religiosos, longe, muito longe disso, mas por sua frequente e odiosa pregação homofóbica e racista, além de seus julgamentos fascistas de pessoas públicas, já sonha com uma possível candidatura a Presidência da República, pelo PSC, partido comandado pela camarilha evangélica.
 
Mas, a sua desastrada passagem pela Comissão dos Direitos Humanos parece estar com os dias contados, já que ele insiste em continuar presidindo uma comissão cujas decisões não terão qualquer credibilidade social ou política, pois oriundas de um desprezível presidente. As defecções sofridas pela comissão não foram suficientes para sua inviabilização, mas basta saída de mais alguns deputados para que restem apenas os 06 dizimistas do PSC e assim ser declarado o fim da comissão, que para funcionar tem que contar com a presença de pelo menos 10 deputados. Antidemocrático, pode até ser, mas bem menos que as opiniões do boquirroto deputado.

Aliás, por falar nestes deputados dizimistas, não custa lembrar a falação do deputado Sargento Isidório, do PSB baiano, que faz coro com as diatribes do seu (lá dele) colega parlamentar evangélico, ele também um deles, contra os homossexuais, responsáveis, segundo ele, pelas recentes tragédias mundiais. O curioso é que o Sargento Isidório, que agora cospe no prato que comeu, ou foi comido, é declaradamente réu confesso, isto é, ex-homossexual. Ô classe desunida!
 
Foto: Deputado Sargento Isidório.