sábado, 18 de maio de 2013

"Sou a chuva que molha a areia do Saara"

No Bar de Simão, na Ladeira da Fonte, aguardando o inicio de Abraçaço, o novo show de Caetano, na Concha, marcado para as 19 horas. Mas, como todos sabemos nunca se inicia no horário previsto, sempre depois, bem depois. Mas desta vez nos enganamos. Não cheguei tomar o segundo copo de Schin quando ecoaram os acordes iniciais de “A bossa nova é foda” e todos, ao mesmo ao tempo, seguiram o "chamado" para se posicionar na longa fila de entrada da Concha. Fiz valer a minha prerrogativa de “velhinho” e procurei a entrada privativa. Mas, nada adiantou, a Concha já estava totalmente lotada e, sem jeito fiquei em pé frente ao palco no meio de uma multidão que também ali se aglomerava. Foram quase duas horas de show e nenhum sinal de cansaço diante do grande artista.

Num primeiro momento impressiona a qualidade da diminuta banda; baixo, guitarra e bateria, onde o guitarrista Pedro Sá, soberano, dá as ordens do terreiro com “riffs” de guitarra bem rock n’roll dos anos 70, que vem ser a base dos três últimos discos de Caetano, Cê, zii e zie, e Abraçaço, sendo este repertório todo utilizado no show. A Concha em uníssono cantava estas canções com uma naturalidade e uma intimidade como se fossem as canções antológicas de sua discografia a exemplo de Reconvexo, De noite na cama, Terra, Lindeza, Coração vagabundo, Trem das cores, Triste Bahia muitas dessas também se fizeram presente no “set list” do show e outras mais, muito mais. Um artista imenso, do tamanho de seu país, aliás maior, bem maior.

Foto: Caetano

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