Sempre fui um usuário de perfume, não um consumidor contumaz, mas com frequência lembrado por familiares e amigos em ocasiões especiais e principalmente por Moema que me colocou e me fez próximo a aromas como o dos perfumes Lancaster, Lapidus que incendiaram os ambientes festivos onde nos encontrávamos em nossa juventude. Mas nada se compara à primeira colônia de nível internacional fabricada no país, a RASTRO, que impregnou as roupas e os corpos dos marmanjos a partir dos anos 60. Todo mundo cheirava igual, nos restaurantes, boates, aniversários onde houvesse uma roda social.
Recentemente reouvindo um disco de Nana Caymmi, um dos seus excelentes LPs, E a gente nem deu nome, lembrei da faixa Rastro de Perfume, uma composição de Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro onde é feita uma analogia entre o amor, o perfume e o rastro, que guarda clara identificação com a colônia paulista lançada nos anos 60. É um bolero derramado, de paixões não cicatrizadas, do peso e da carga do amor, bem ao estilo de Nana que rasga o coração em versos como: “Sou um sofredor/quando falo de amor/minha voz embarga/tenho a boca amarga/os lábios sem cor/os nervos à flor./Ai, o amor/É como um perfume que o vento traz/Que embriaga a gente/Que se desfaz/Mas do rastro seu/ não se esquece mais”. Assim como da colônia!
Foto: Colônia Rastro
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