terça-feira, 21 de maio de 2013

O diário de Genet.

Vimos, sábado passado na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, a peça O diário de Genet, tendo como base a obra do escritor e dramaturgo francês Jean Genet e a essência do que produziu com a própria experiência de prisioneiro, homossexual, ladrão e provocador. Com esta ficha de maus antecedentes o que se vê no palco é a vida de quem passou mais tempo nos cárceres que propriamente em liberdade, mostrando que Genet era mesmo do barulho e da bandalha, mais radical que as próprias personagens literárias que criava fruto desta marginalidade.

Para dar vida a este personagem que marcou a vida cultural parisiense por longos anos, os atores Duda Woyda e Rafael Medrado se encarregam da tarefa por mais de 60 minutos em uma entrega visceral e agressiva como o próprio Genet. Num ritmo frenético em que sua vida no cárcere é realçada, bem como este lado abjeto e podre de sua vida desregrada, O diário de Genet nos pega pela palavra, pela exposição de quem sempre esteve no fio da navalha, por um fim que ele quis precipitar sem conseguir o intento. É de perder o fôlego a agilidade dos atores em especial do Rafael Medrado de quem vimos recentemente Os cafajestes, Salmo 91, outros bons trabalhos deste promissor artista baiano.
A peça esteve no Festival de Curitiba deste ano, em uma edição que foi aberta como janela para o teatro baiano com algumas peças locais sendo apresentadas, e tendo como anfitrião o ator baiano Wagner Moura na mostra deste caldeirão de bons atores que é o teatro feito aqui na cidade.

Foto: Rafael Medrado e Duda Woyda


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