Com a decisão, ontem, do Supremo Tribunal Federal-STF sobre as biografias não autorizadas,
quanto ao conhecimento prévio e o consentimento do biografado ou seus herdeiros
sobre a sua vida, os escritores estão livre para se debruçarem sobre a história
de personalidades políticas, culturais ou artistas do país, guardados os
respeitos constitucionais a que tem direito todo cidadão.
Assim, o jornalista Vitor Nuzzi que durante vários anos pesquisou sobre a vida de Geraldo Vandré, sem nunca ter deste
qualquer sinal de aprovação quanto ao seu trabalho, pode enfim lançar a sua
biografia não autorizada “Vandré – Uma canção
interrompida” fruto de um trabalho recusado por várias editoras, por temor
de alguma apreensão judicial. Ele mesmo bancou 100 exemplares e fez chegar a
jornais e alguns amigos o seu longo e persistente trabalho.
Vitor vasculha a vida do biografado
sobre noticias que davam conta de ter sido Vandré
preso, torturado e expulso do país, fatos que nunca aconteceram, mas se correram
de boca em boca, como era normal naqueles dias de escuridão e medo. Vandré sabia que seria detido e antes que
isto acontecesse fugiu para o Chile onde
casou e de lá seguiu prá França.
Devido a seu estado de saúde, abalado, seus
familiares negociaram com os militares a sua volta ao país. Aqui entra um
momento triste da história, uma entrevista negociada com os militares em que
ele teria que responder perguntas feitas por agentes federais e exibida em
agosto de 1973, no Jornal Nacional
da TV Globo (sempre ela, cínica e servil
a ditadura). Ali Vandré revela que
sempre fez canções de amor, que era a sua inspiração, mas que foi cooptado pela
esquerda para fazer canções de protesto etc etc etc. Triste!
Foto: Geraldo Vandré
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