quinta-feira, 11 de junho de 2015

Vandré - Uma canção interrompida

Com a decisão, ontem, do Supremo Tribunal Federal-STF sobre as biografias não autorizadas, quanto ao conhecimento prévio e o consentimento do biografado ou seus herdeiros sobre a sua vida, os escritores estão livre para se debruçarem sobre a história de personalidades políticas, culturais ou artistas do país, guardados os respeitos constitucionais a que tem direito todo cidadão.

Assim, o jornalista Vitor Nuzzi que durante vários anos pesquisou sobre a vida de Geraldo Vandré, sem nunca ter deste qualquer sinal de aprovação quanto ao seu trabalho, pode enfim lançar a sua biografia não autorizada “Vandré – Uma canção interrompida” fruto de um trabalho recusado por várias editoras, por temor de alguma apreensão judicial. Ele mesmo bancou 100 exemplares e fez chegar a jornais e alguns amigos o seu longo e persistente trabalho.

Vitor vasculha a vida do biografado sobre noticias que davam conta de ter sido Vandré preso, torturado e expulso do país, fatos que nunca aconteceram, mas se correram de boca em boca, como era normal naqueles dias de escuridão e medo. Vandré sabia que seria detido e antes que isto acontecesse fugiu para o Chile onde casou e de lá seguiu prá França.

Devido a seu estado de saúde, abalado, seus familiares negociaram com os militares a sua volta ao país. Aqui entra um momento triste da história, uma entrevista negociada com os militares em que ele teria que responder perguntas feitas por agentes federais e exibida em agosto de 1973, no Jornal Nacional da TV Globo (sempre ela, cínica e servil a ditadura). Ali Vandré revela que sempre fez canções de amor, que era a sua inspiração, mas que foi cooptado pela esquerda para fazer canções de protesto etc etc etc. Triste!

Foto: Geraldo Vandré

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