Esses tais Diários
da Presidência foram bolados para que Fernando
Henrique Cardoso possa, ainda em vida, usar o espaço decrépito da velha
mídia para se tentar se projetar como estadista – e não como o triste golpista
cercado de reacionários em que se transformou.
Mas, apesar de os quatros livros anunciados se
anunciarem, também, como lengalengas intermináveis sobre o cotidiano de FHC, alguma aventura há de se extrair
das elucubrações do velho ex-presidente do PSDB.
A primeira delas, referente à confissão de que, em 1996, FHC soube dos
esquemas de corrupção da Petrobras,
mas nada fez, é extremamente emblemática.
Sabe que, apesar de ter admitido um fato
criminoso e moralmente inaceitável, terá o noticiário a seu lado, nem que seja
por omissão. Mas, dessa inusitada confissão, surge um questionamento moral e
ético mais profundo. Em abril, em nota amplamente divulgada na imprensa, FHC mostrou-se apoplético com
declarações da presidente Dilma Rousseff
sobre, justamente, acusações de delatores da Operação Lava Jato dando conta da corrupção na Petrobras, durante os governos tucanos.
Foi um covarde. E, agora, ao revelar-se como
tal, tornou-se um hipócrita. Por isso, algo me diz que esses diários irão,
muito em breve, para o lixo da História.
Como, de resto, o próprio FHC.
Texto: Leandro Fortes (fragmentos)
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