sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Papai Noel sofre, é a crise

Em que pese o aumento de candidatos na escola de preparação de Papai Noel para o período natalino em lojas e shoppings, este ano, as perspectivas do comércio em sua contratação é incerta. Devido o temor do lojista na queda das vendas em razão de todos estes fatores, em especial o desemprego e a inflação, que rondam a família de cada trabalhador, este emprego temporário sofre as conseqüências da crise. 

Comerciantes têm alertado que não podem pagar o mesmo que o ano passado por 40 dias de trabalho. A crise é séria, dela não escapa nem o bom velhinho. O crescimento de candidatos a uma vaga como Papai Noel, claro é reflexo do desemprego em que trabalhadores dispensados de seus trabalhos procuram uma atividade qualquer ou mesmo de aposentados à procura de uma renda extra. Foi nesta que eu entrei, certa vez.  

Eu já fui Papai Noel e sei a aporrinhação que é agüentar crianças inquietas, suadas e pegajosas sentadas ao nosso colo, além de mães fotógrafas em busca de um melhor ângulo para a foto da lembrança natalina de seu filho desastrado e perturbador. Vira prá cá, puxa daqui, penteia o cabelo, amarra o cadarço do tênis, repõe a passadeira, um inferno, e Papai Noel lá sem perder a ternura, a cara de babaca. 

Tudo isto e mais, mas mantendo a calma, fingindo carinho, aconchego, mesmo tendo a roupa melada de doces, restos de pipoca, pedaços da barba arrancada e permanecer impassível com as calças vermelhas mijadas ou o nariz em chamas com um “pum” desavisado da criança, fruto de hambúrguer com coca-cola ou um acarajé com camarão. Papai Noel sofre!

Foto: Ilustrativa

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