Em que pese o aumento de candidatos na escola de
preparação de Papai Noel para o período
natalino em lojas e shoppings, este ano, as perspectivas do comércio em sua contratação é
incerta. Devido o temor do lojista na queda das vendas em razão de todos
estes fatores, em especial o desemprego e a inflação, que rondam a família de cada
trabalhador, este emprego temporário sofre as conseqüências da crise.
Comerciantes têm alertado que não podem pagar o mesmo que o ano passado por 40 dias de
trabalho. A crise é séria, dela não escapa nem o bom velhinho. O crescimento de candidatos a uma vaga como Papai Noel, claro é reflexo do desemprego em que trabalhadores dispensados de seus trabalhos procuram uma atividade qualquer ou mesmo de aposentados à procura de uma renda extra. Foi nesta que eu entrei, certa vez.
Eu já fui Papai Noel e sei a aporrinhação que é agüentar
crianças inquietas, suadas e pegajosas sentadas ao nosso colo, além de mães fotógrafas
em busca de um melhor ângulo para a foto da lembrança natalina de seu filho desastrado
e perturbador. Vira prá cá, puxa daqui, penteia o cabelo, amarra o cadarço do
tênis, repõe a passadeira, um inferno, e Papai Noel lá sem perder a ternura, a cara de babaca.
Tudo
isto e mais, mas mantendo a calma, fingindo carinho, aconchego, mesmo tendo a
roupa melada de doces, restos de pipoca, pedaços da barba arrancada e permanecer
impassível com as calças vermelhas mijadas ou o nariz em chamas com um “pum” desavisado da criança,
fruto de hambúrguer com coca-cola ou um acarajé com camarão. Papai Noel sofre!
Foto: Ilustrativa
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