O MPB4
já andava com as próprias pernas sem ter que ser tão somente acompanhante das
estrelas ascendente de nossa música naqueles anos 70. O disco De palavra em palavra é um exemplo de
bom gosto musical e de vocalizações modernas para um repertório que sempre
trazia a chama estudantil de protesto e estocadas no regime militar, cujo manto
negro cobria todos, com sua intolerância e força, própria daqueles tristes
tempos.
Uma canção deste disco, Pois é prá quê, de Sidney
Miller, sempre mereceu a minha atenção, pelo sem tom desencantado, traçando
com sua poesia fragmentada em citações de ações e situações uma colagem que forma
um painel daquele momento que vivíamos. Uns versos, no entanto, sempre que
ouvia e ouço me remete a uma referência a Caetano
e a ousadia do tropicalismo para ele, Sidney,
que era um tradicionalista, um sambista de classe média.
“Que rapaz é esse?/Que estranho canto/Seu rosto
é santo/Seu canto é tudo/Saiu do nada/Da dor fingida/Desceu a estrada/Subiu na
vida/A menina aflita/Ele não quer ver/A guitarra excita/Pois é, prá que?”. Pois é prá quê é uma toada triste, como
a sua letra, mas bonita em sua melodia arrastada e seus versos de pura
inquietação.
Vídeo: Youtube (Pois é prá quê - MPB4)
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