Hoje pela manhã, em casa de Maia, em Morro do Chapéu peguei na estante um de nossos livros Histórias de Piritiba e ri com a história que protagonizei no consultório do querido e saudoso Zé Almeida. O fato já era hilário e mais ainda o seu desfecho tendo “chegado em casa todo mijado e babando feito um cão raivoso”. Foi neste estado em que me encontrei após a sessão de tortura a que fui submetido na cadeira de barbearia que funcionava como o assento de trabalho naquele arremedo de consultório improvisado na sala de entrada de sua residência. Quem sabe não seja a vida uma colcha de retalhos feita de fatos que a memória guarda, às vezes não, mas costurando com o que é possível o que ficou de nós. Sem literatices, viver é melhor que sonhar.
Poderia voltar a relatar fatos que a memória ainda guarda, sabendo que o tempo urge e nos atropela pela inércia, pela falta de iniciativa em fazermos o que ainda somos capazes e que marcaria para desocupados como nós, parte do que tentamos ser. Voltar a viver na “cidade alegre”, ainda que temporariamente, repito isto como um mantra para dizer a mim mesmo que é passagem, poderia motivar a escrever sobre outros momentos de nossa infância e adolescência vividos ali. Mas não, viver aqui é um castigo que me machuca e maltrata e de onde sempre estou fugindo haja ou não uma oportunidade. Tudo aqui me incomoda, me enche de um vazio que não é físico, mas espiritual mesmo e que as lembranças que às vezes afloram nem sequer viram rascunhos de prováveis impressões. Tudo acabou, não vejo a hora de dizer: Fui!
Foto: Praça Getulio Vargas - Piritiba - Ba
VELHO BAZO, ANTES DE PARTIR, VAMOS CONTAR MAIS CAUSOS DE PIRITIBA
ResponderExcluirCaro amigo,
ResponderExcluirQuem sabe, todo não traz em seu bojo a possibilidade do sim.
Abs.