quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O rei do terreiro.

Ao lado do escritório tem uma residência onde um galo sem noção do tempo desanda a cantar a partir de 10 horas da manhã, como se tivesse perdido a noite em altas madrugadas e desconsiderasse o amanhecer do dia como palco para que o seu cantar pudesse fazer algum sentido, mantendo a tradição de sua espécie. Dizem os supersticiosos que galo quando canta após o amanhecer, fora de seu relógio biológico, traz más noticias, mau agouro e, em geral anuncia a morte de alguém. Não creio. Pois a ser verdade que este galo desorientado estivesse prevendo a morte de um morador da cidade, não haveria mais ninguém para que este mensageiro do além viesse levar ou encomendar caixão e vela.

Tenho a impressão que este galo seja cego e faça esta confusão entre noite e dia, ou seja mesmo um notívago, um boêmio e só desligue e procure o seu terreiro após as quatro da manhã, quando as galinhas já despertas imaginam ser as donas do mafuá, da casa da mãe Joana, sem galo prá atanazar. Até ele acordar e começar a cantar.

Foto: Ilustrativa

Nenhum comentário:

Postar um comentário