terça-feira, 14 de junho de 2016

Falta de assunto


Escritores brasileiros contemporâneos sempre foram colunistas de jornais e revistas, onde eram responsáveis por uma coluna diária ou em dias específicos da semana, como complemento de suas rendas mensais ou pelo prazer de chegar ao grande público, não muito presente em livrarias e, por conseguinte pouco afeito ao consumo de livros. 

Além do prestígio daquelas publicações em ter entre seus colaboradores nomes como Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Rubem, Braga, etc, que por vezes reclamavam da falta de assunto para as suas crônicas, mas a que eram obrigados a redigir um texto para entregar ao jornal ou revista para a publicação. Essa falta de assunto já deu a oportunidade a Rubem Braga ou Drummond a crônicas excelentes, próprias de seus talentos excepcionais.

Fico a imaginar os colunistas dos cadernos de esportes dos grandes, médios ou pequenos jornais com a obrigação de escrever sobre a eliminação da seleção brasileira de futebol, na Copa América Centenária-2016, onde o assunto é bem pior que a sua falta, mas que por dever de oficio, tem que ser cumprido.

Distante da poesia, leveza e criatividade que a falta de assunto dava aos escritores – cronistas, os colunistas dos cadernos esportivos tem que preencher seus espaços, enchendo lingüiça com Dunga, Willian, Felipe Luís, Daniel Alves, Alisson, Gilmar Rinaldi, Elias entre outras nulidades e seu futebolzinho 7 x 1. E até se encantar, quem sabe, com a vitória de 7 x 1 sobre o Haiti, um país destroçado, geográfico e socialmente, que só os pulhas e covardes do alto de suas insensibilidades podem tripudiar. 

Foto: Ilustrativa

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