Escritores brasileiros contemporâneos sempre
foram colunistas de jornais e revistas, onde eram responsáveis por uma coluna
diária ou em dias específicos da semana, como complemento de suas rendas mensais
ou pelo prazer de chegar ao grande público, não muito presente em livrarias e,
por conseguinte pouco afeito ao consumo de livros.
Além do prestígio daquelas
publicações em ter entre seus colaboradores nomes como Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues,
Rubem, Braga, etc, que por vezes reclamavam da falta de assunto para as
suas crônicas, mas a que eram obrigados a redigir um texto para entregar ao jornal ou
revista para a publicação. Essa falta de assunto já deu a oportunidade a Rubem Braga ou Drummond a crônicas excelentes, próprias de seus talentos
excepcionais.
Fico a imaginar os colunistas dos cadernos de
esportes dos grandes, médios ou pequenos jornais com a obrigação de escrever
sobre a eliminação da seleção brasileira de futebol, na Copa América Centenária-2016,
onde o assunto é bem pior que a sua falta, mas que por dever de oficio, tem que
ser cumprido.
Distante da poesia, leveza e criatividade que a
falta de assunto dava aos escritores – cronistas, os colunistas dos cadernos
esportivos tem que preencher seus espaços, enchendo lingüiça com Dunga, Willian, Felipe Luís, Daniel Alves, Alisson,
Gilmar Rinaldi, Elias entre outras nulidades e seu futebolzinho 7 x 1. E até se encantar, quem sabe,
com a vitória de 7 x 1 sobre o Haiti, um país destroçado, geográfico e
socialmente, que só os pulhas e covardes do alto de suas insensibilidades podem
tripudiar.
Foto: Ilustrativa
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