quarta-feira, 1 de junho de 2016

Legião de zumbis


Indiscutível e irreversível o avanço tecnológico das comunicações neste inicio de século XXI e final de século passado, quando somos surpreendidos com o “novo”, substituindo o que há pouco era novidade, tecnologia de ponta, último lançamento do mercado e coisa e tal. Nos celulares então, vivemos a reboque das inovações e das novas formas de contato, de comunicação. 

Assim como o telegrama, a carta, o email, se não pelo uso comercial, tem a sua substituição nos contatos pessoais já como uma realidade, ninguém escreve ao coronel como no livro do grande colombiano Gabriel Garcia Marques em que se tinha todo o tempo do mundo para passar e gastar. A instantaneidade é o que temos agora, o que nos sobrou e resta.

Mas fazendo uma pausa no imediatismo, e ficando nele mesmo, pulamos para o whatsapp a mais utilizada ferramenta de contato entre humanos e de vez quando plataforma para a notoriedade de algum juiz lá dos grotões do país, que sem mais porque, determina sua interrupção para o desespero de que faz seu contato com o mundo exterior, através dele, o whatsapp. Mas, há algo de errado no reino do zap zap e sua legião de zumbis espalhados pela ruas, shoppings, ponto de ônibus, ônibus, praças, restaurantes, lanchonetes, audiências forenses, velórios e sepultamentos. 

Nada escapa aos dedos nervosos que digitam mensagens, remetem vídeos, independente dos locais de acessos, já que apenas algo os une, a solidão e a indiferença ao que está próximo ou mesmo distante. Não nos reconhecemos no outro, somos o mundo e o mundo nas mãos. 

Foto: Ilustrativa

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