sexta-feira, 10 de junho de 2016

Saga anárquica

Se você como eu nunca ouvir falar em Tia Eron, não nos desesperemos, o Brasil também não. A tal personalidade foi apresentada ao mundo político, entrando pela porta dos fundos, como sempre acontece com os inexpressivos, os "qualquer um". Ela é a mais nova protagonista do mais recente episódio desta saga anárquica que é a luta pela não cassação do mandato de Eduardo Cunha, após aprovação ou não de um relatório da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.

Ah sim, Tia Eron é deputada federal, baiana, pelo partido qualquer coisa, com mais de 110 mil votos na última eleição, donde se deduz que a tia pode ser do baixo clero da casa, reduto onde se concentra uma manada, de deputados, a espera de um vaqueiro que a leve pra algum lugar, mas sabe manjar, como boa evangélica que é, a sacolinha de votos com uma destreza de fazer inveja a muita gente boa.

Mas, que fez Tia Eron para ocupar todo este espaço na mídia? Tá na lista de Janot, na diligência do japonês, em alguma delação premiada? Não, Tia Eron no dia da votação do relatório que sinalizava a cassação do mandato de Cunha 171, com seu voto anunciado com antecedência pela aprovação do texto, simplesmente sumiu, escafedeu-se e durante o dia não se soube dela.

No dia seguinte, assustada e diante das câmeras disse que estava estudando o relatório. Deputada estudiosa e competente. E assim livrou o famigerado presidente da Câmara, afastado, da cassação. Mas da prisão não tem Tia Eron, nem sessão de descarrego, prá livrá-lo. Em nome de Jesus!

Foto: Tia Eron

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