terça-feira, 17 de abril de 2012

Campeonato Baiano - Abelhas em campo.


Só podia mesmo acontecer por aqui. Em um campeonato, como o baiano, que não tem qualquer atrativo, onde há uma desigualdade incontornável entre as duas equipes da capital e as demais equipes interioranas, e as partidas finais são facilmente previsíveis, o público foge dos estádios como quem corre de um enxame de abelhas, por exemplo. Pois é. Estavam em campo as equipes do Juazeirense e do Fluminense de Feira, no estádio Adauto Moraes às margens do São Francisco, uma partida de meter medo em filho de carranca, modorrenta, desinteressante e debaixo de uma temperatura que só Juazeiro e o Saara têm.

Fugindo de um incêndio provocado por uma vela em louvor a algum santo, em uma casa próxima ao estádio, a abelha rainha ordenou que a colméia procurasse um lugar seguro para a sua instalação, longe do fogaréu que deixaram prá trás. Um estádio deserto com umas almas penadas correndo prá lá e prá cá, uma arquibancada tomada por um único bandeirão do Juazeirense, pareceu à abelha rainha o destino certo para o seu mel. O enxame deu um vôo rasante sobre o estádio mirou a rede mais próxima e para lá se dirigiu.

Percebendo a chegada destes torcedores tipo “mancha verde”, “dragões da fiel” ou “bamor” os jogadores dos dois times, gandulas, juiz deitaram no gramado e esperaram que os novos torcedores se acomodassem em qualquer lugar menos nos quatro cantos do campo. Mas, as abelhas, com o seu bom gosto habitual, pressentido o azedume daqueles mandacarus tombados, foram buscar paragens mais arejadas, flores com outros aromas que não fosse o suor, o chulé ou o bálsamo benguê.    

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