sexta-feira, 6 de abril de 2012

Rir prá não chorar!


Não que sejam família, nenhum humorista é, muito pelo contrário, já que o insumo de seu trabalho é o escracho, a bandalha, a ironia elevada a qualquer potência. Mas não se pode colocar na mesma fila escolar, alunos como Jô Soares, Chico Anísio ou Miéle juntos e misturados com Costinha, Zé Trindade ou Ary Toledo, por exemplo. É expulsão certa nesta classe, para esta turma adicionada à primeira lista.  

Pensei nisto ao assistir no encerramento do primeiro Festival de Humor da Bahia, o espetáculo “Rir prá não chorar”, com Renato Piaba. Piaba é um humorista baiano que fica em cartaz durante todo o ano com um público cativo para qualquer um dos seus shows. Que acredito não difere em nada um do outro. É a mesma zona suburbana retratada em seus detalhes mais íntimos e que leva ao delírio esta mesma classe focada. Papo de cabeleireira, marido no baba, filho com piolho, filha com coeira, carnê em atraso, contas de luz renegociada, nome no SPC, padrinhos de Raylane e de Laydiane, mazelas próprias deste rico universo humano. E Piaba não alivia, pega pesado na moçada que retribui com seu aplauso e aprovação. Um artista genuinamente baiano, um produto não exportável, mas para uso doméstico e muito bem consumido.      

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