Recebi domingo um presente da sobrinha querida Maria Clara – Clarinha – que me deixou emocionado e nem um pouco assombrado com a visão que seus olhinhos infantis e artísticos têm de mim. Sou magro, alto, mas os cabelos ao vento ou longe dele, há tempos fugiram de mim, deixando em seu rastro devastador alguns poucos fios e uma calvície que é quase um atentado ao pudor, conforme a imagem que tenho quando estou na cadeira do cabeleireiro e fito o espelho atrás de mim. Clarinha é artista e não se prende a estas dissonâncias modelares, mas a uma imagem que lhe interessa ou que gostaria que fosse, ou como fui um dia.
Tinha os cabelos longos, assim como as idéias, em uma juventude que pretendeu e construiu novos parâmetros de beleza e, onde a feiúra, conforme Umberto Eco, era muito mais interessante e mais comovente que a beleza. Não fui medonho, mas um modelo próximo daquele flagrado pelos olhinhos infantis e artísticos de Clarinha. Beijos tio! Te amo.
Quadro: Clarinha
Quadro: Clarinha
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