Fomos campões do mundo de futebol, na Suécia, sentados no chão e em volta do serviço de alto falante da bomba de gasolina de Miro, na Praça da Feira. Já o bicampeonato, no Chile, quatro anos depois, foi acompanhado no rádio Zilomag do bar do mano, na Praça Getulio Vargas, em meio a caixas de cervejas, litros de pinga, carteiras de cigarro, refresco de maracujá, uma especialidade da casa, entre outras e o burburinho e os bochichos próprios de uma partida de futebol. Os quatro anos que se passaram do alto falante de Miro até o Chile, significaram um avanço na qualidade técnica das transmissões radiofônicas o que permitia a sintonia de emissoras do Rio e São Paulo, o sul maravilha, com uma fidelidade de som ao vivo, quando o motor de luz permitia e o acumulador de energia não estava descarregado.
Este tempo entre
uma conquista e outra também foi de aprendizado para mim, já que trazia em
mente a formação do escrete canarinho, de 1962, com todos os craques
botafoguenses e santistas, base do time e, as suas respectivas posições do
goleiro ao ponta esquerda. O fervor rubronegro já consolidado, com o Flamengo, me dava uma independência como
torcedor, pois já tinha minhas preferências por este ou aquele jogador, mesmo
que nunca os tivesse visto jogar, apenas ouvido no rádio ou lido na Revista do Esporte que Nadinho comprava no Trem da Leste.
Hoje 17 de junho de 2012, completam 50 anos
da conquista do Bicampeonato do Chile
e de um time memorável cuja contusão de Pelé
no primeiro jogo e seu afastamento em definitivo dos campos chilenos para os
demais, foi a senha para o brilho fulgurante da estrela solitária de Garrincha e sua quase infantil irresponsabilidade.
Uma seleção prá se chamar de brasileira e de atletas brasileiros extraordinários
como Didi, Zito, Gilmar, Nilton Santos,
Amarildo, Zagalo, Djalma Santos, Zózimo de difícil comparação com o futebol
que hoje se joga e distante, bem distante de embusteiros feito Ronaldinho Gaúcho.
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