Com a má vontade conhecida com a música brasileira, sempre relegada ao horário das corujas, a TV Globo exibiu à meia noite de ontem prá hoje um programa musical dedicado aos 100 anos de Luiz Gonzaga. Programa simples, sem aquela parafernália eletrônica de sons e luzes tão próprias de suas produções, possivelmente produzido pela TV Globo Nordeste, com sede em Recife. Cenário de ambiente de bar, com mesas cobertas com toalhas de chita onde os participantes ficavam esperando a sua vez de subir ao palco sob o comando do jornalista e apresentador Chico Pinheiro.
Foi com surpresa
que revi o Quinteto Violado, já sem
o seu o seu idealizador, Toinho Alves,
baixo acústico, desaparecido em 2008 e, substituído por seu filho, mas com Marcelo Mello único remanescente da
formação original sem perder contudo a beleza de sua sonoridade e a manutenção
de um repertório nordestino e calcado em tradições pernambucanas.
Independente dos
artistas que se apresentaram quem reinou absoluto foi a música de Seo Luiz, como os exemplos de Qui nem Jiló, A volta da Asa Branca, Juazeiro, A morte do Vaqueiro, Assum
Preto e mais, que as vozes de Elba
Ramalho, Fagner, Clemilda, Margareth Menezes e da bela Marina Elali, neta de Zé
Dantas parceiro de Luiz Gonzaga
souberam dignificar numa noite musicalmente irrepreensível. Seria bom, bom
demais, que a TV Globo com todo seu
poder e sua audiência tratasse a música brasileira com mais cuidado, mais atenção,
dando a ela o horário que ela merece, o horário nobre, às vezes ocupados por
bagulhos inclassificáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário