terça-feira, 19 de junho de 2012

Gabriela


A regravação da novela Gabriela exibida a partir de ontem pela TV Globo não será apenas mais uma homenagem ao centenário de Jorge Amado, mas a confirmação da excelência da produção que foi ao ar em 1975 e ganhou algumas reapresentações em épocas diferentes. Desta vez, no entanto, será uma outra novela já que novos atores interpretarão personagens que ainda se encontram de forma inesquecível na memória de quem acompanhou a trajetória da retirante sergipana, que fugindo da seca veio dar em Ilhéus. Também isto, mas não apenas, já que com seu jeito simples e ingênuo, exalando sensualidade por todos os lados e mesas da Bataclan, a morena sestrosa Gabriela revolucionou a pacata cidade litorânea com sua presença perturbadora. Alguns personagens e seus novos atores têm talento e carisma, se não para esquecer os velhos interpretes, mas para marcar e revelar nuances talvez escondidas naquelas interpretações agora apresentadas com nova formatação.

Acredito que Ivete Sangalo, como Maria Machadão, personagem interpretada na primeira versão por Heloisa Mafalda, surpreenderá como a cafetina que comanda o Bataclan e seu batalhão de meninas de vida fácil, mas nem tanto. O Coronel Ramiro Bastos, com Antonio Fagundes no papel que foi de Paulo Gracindo deverá estar perfeito como o líder político e coronel autoritário, bem como o Marcelo Serrado como Tonico Bastos o mulherengo filho do Coronel Ramiro. Curioso é que o Marcelo se despiu a pouco da fantasia do mordomo efeminado Crô, em Fina Estampa, para passar o rodo nas meninas do Bataclan e até em Gabriela, objeto de desejo de todos eles freqüentadores do cabaré de Maria Machadão.

Pelo horário que a novela será exibida, às 23 horas, a direção e a adaptação do texto deverão dar cores fortes e extremas à sensualidade de Gabriela, papel que Juliana Paes tentará fazer esquecer a exuberante Sônia Braga. A cena em que Gabriela sobe em um telhado para pegar uma pipa, deixando um par de pernas morenas e torneadas à mostra para estupefação de um bando de beatas e senhoras horrorizadas e escandalizadas como o “mau subir” em telhado, da cozinheira de Seo Nacib, é antológica. É esperar prá ver!

Foto: Sônia Braga (sempre Gabriela)

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