sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cara nova no samba.


Já fiz aqui neste blog espaço um comentário sobre o Pedro Miranda a partir de algumas músicas baixadas em download, mas que dava a idéia da qualidade de seu canto. Agora, após ouvir Coisa com coisa de 2006 e Pimenteira de 2009 não é temerário afirmar que se trata de um mais um novo nome no samba, assim como o Diogo Nogueira filho de João, confirmando que quem puxa aos seus não degenera. Com o Pedro Miranda não foi um caso de herança, já que originário de uma classe média universitária da zona sul carioca, foi uma espécie de resgate das rodas de samba das casas noturnas da Lapa onde como integrante do Grupo Sementes passou a acompanhar a sambista Teresa Cristina. Em uma linguagem evangélica foi como se o Pedro fosse do mundo do rock, das guitarras e do barato, que de fato era, e o samba lhe trouxe a luz divina de Wilson Batista, Geraldo Pereira e Noel. A imagem é um pouco forçada, mas foi que se deu prá fazer.

Mas, voltando ao Pedro Miranda, a sua carreira solo após a gravação dos discos citados e longe do Grupo Sementes, ainda carece de uma merecida visibilidade nacional, ainda concentrada em casas de show e de samba do Rio. Caetano já disse, a propósito do lançamento do disco Pimenteira, algo como se a voz do Pedro carregasse com a ela a voz de Mário Reis, Ataulfo Alves e Sinhô, uma tradição do samba que não pode se perder. Os discos não são uma reinvenção do samba, estas modernidades pretendidas e nem sempre nunca bem sucedidas desde João. Mas, o bom samba que não tem lugar, nem hora para suas dores de amores, sua alegria, verve e malícia são encontradas em Coisa com coisa, Baticum, Cartas do metrô, O samba é meu dom, 12 anos, Dona Joaninha, e muito mais. Salve Pedro!

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