Em Morro
do Chapéu como os morrenses. Em poucos dias, alguns momentos, talvez horas,
ouço, absorvo e falo “moço”, “prosa ruim”, “deixa quieto”, “e aí cumpade” como
se fosse um deles e pudesse desfrutar e difundir a simpatia e a hospitalidade própria
da cidade. O momento, no entanto, que vive a cidade é similar a qualquer outra cidade
interiorana e suas disputas pré-eleitorais. Os mesmos comícios, carreatas, músicas
e foguetes. Quanto aos foguetes há controvérsias. Por aqui, o que se explode de
foguetes a qualquer hora do dia é o equivalente a toda campanha de muitas
cidades do estado. Com ou sem razão, haja ou não concentração de candidatos, os
foguetes varam o céu da cidade anunciando... nada importante, a registrar ou
comemorar, apenas uma superioridade barulhenta na falta de outros atributos a
serem exibidos.
Vale notar que lá, ali, aqui e acolá a farra pirotécnica
tem sempre uma origem e, ela está nas ruas, praças e becos de onde e de quem deveria
vir o exemplo, a conduta irretocável para uma autoridade eleita e legalmente
constituída, mas tentando a reeleição. É a velha viúva bancando o convescote com o
dinheiro público. Nisto todas estas cidades que têm um candidato buscando a
reeleição se equivalem. São iguais na gastança de gasolina ou outro
combustível, até bujão de gás, foguetes, carros de som, peça publicitárias,
compras de votos e todas estas iniquidades que a velha política assistencialista
e formadora de currais eleitorais é capaz. E isto não cabe em uma ficha, suja
ou mesmo limpa, mas num rolo de papel higiênico onde a biografia destes
gestores será escrita, se que alguém, algum dia se deterá na vida pregressa destes
aleijões sociais e políticos.