quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eleição como feijoada na laje.


 
O prefeito e candidato à reeleição em Aporá– Bahia, na região nordeste do estado, foi flagrado em um vídeo, supostamente em atitude de compra de votos no povoado de Itamira. Até aí tudo bem, já que o mundo animal e mineral sabem como agem os candidatos em busca de um segundo mandato e seu espírito altruísta em defesa do voto do povo e de seus laços, seus contratos, suas amarras com o poder executivo. A diferença no caso do prefeito de Aporá é a sua, como dizer, cara de pau, ao justificar como um filósofo da beira do caís, “que a eleição é como uma feijoada, em que o voto é o feijão e o tempero é o dinheiro, muito dinheiro, pois o que dá gosto a feijoada é o tempero”. Ouve-se no vídeo a intervenção jocosa de alguns participantes do convescote gastrônomico, provavelmente a serviço do chefe de cozinha, sugerindo que o tempero também pode ser o mocotó, o rabo de porco, o lombinho numa demonstração que se o negócio falhar não será por falta de apetite, já que na hora de comer a fome é o limite, ou não. Ou pelo subserviente prazer de dar palpite onde não foi chamado.


É prudente que uns e outros que estão embarcando na busca de votos com a mesma voracidade eleitoral, utilizando outras vertentes filosóficas, já que desprovidos de pendores culinários, a começarem por suas panelas de barro, suas barbas, seus belos olhos em estado de alerta, pois podem estar sendo flagrado em atitudes semelhantes, o que poderá desandar o serviço, terminando por exalar odores de feijão queimado. Ou como se diz no mundo do crime: sujou!     


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