domingo, 16 de setembro de 2012

Meu rei, tô indo.


 
 
Recente estudo do instituto PROTESTE, publicado na revista Você S/A traça uma radiografia de Salvador que nos impele, num primeiro momento, a sentar no meio-fio e chorar. Passada, momentaneamente, a tristeza do quadro vem a lembrança de que a cidade tem um prefeito e o estado um governador, além de um histórico de descaso e indiferença com as mazelas da cidade, que foram crescendo até se transformar neste monstro urbano que é hoje a nossa capital. Será que o crescimento urbano, a falta de planejamento habitacional, da queda qualitativa do ensino público, da política ineficiente de geração de emprego são frutos do acaso de uma difusa geração espontânea ou de uma omissão deliberada dos poderes públicos destes e de governos anteriores? Tudo isto e muito mais.
 
O episódio vergonhoso da orla de Salvador é um dos muitos exemplos de abandono, de negligência do poder público, passível de uma ação pública de responsabilidade jurídica do município, independente da interferência de órgãos governamentais, de natureza ambiental, que em muitos casos atrapalham mais que resolvem. Se a orla de Natal, Aracaju e Maceió, por exemplo, pode ostentar a beleza paisagística que hoje deve orgulhar seus moradores, sem ao que se sabe ferir preceitos ambientais, por que estes mesmos órgãos ambientalistas criam toda esta infindável teia de problemas para a orla de Salvador?

Só mesmo a indignação, o amor a cidade, a estupefação diante deste quadro desolador da nossa cidade, a ficar procurando razões, formulando perguntas para o nada, para o além, certo de que não haverá resposta, muito menos solução. Resignado ou inconformado resta, por enquanto, passar a ser mais um entre os sete que em cada dez evita a sair á noite ou chegar tarde em casa com medo da criminalidade. Ser um dos seis ou mais no grupo de dez que evita ir a banco ou caixas eletrônicos com medo de ser assaltado. Enfim a palavra recorrente e que une todos é o mêdo. Salvador é uma cidade sitiada e humilhantemente classificada entre as piores, se não a pior, avaliada pelos seus próprios moradores quanto a segurança, mobilidade urbana, habitação e educação. Triste Bahia, oh quão dessemelhante!
 
Fonte: Você S/A (Valeu, Bruno) - Charge: Cau Gomez 

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