quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Os "songbooks" de Almir Chediak


Através do mercado informal, que não ousa dizer seu nome, tive acesso aos 03 CDs que compõem o “songbook” dedicado à obra de João Bosco. O “songbook” foi uma criação do violonista e produtor musical Almir Chediak que num trabalho inovador fez um levantamento da obra dos grandes compositores brasileiros, vertendo para a linguagem da cifra musical parte significativa destas composições. A meticulosidade deste trabalho pode ser expressa pelo cuidado do Almir em ter como referencia a assessoria do próprio compositor, que colocava a sua disposição a letra e a melodia originais da composição para a perfeita transcrição àquela linguagem musical.

Foi imediata a aceitação do trabalho por músicos, arranjadores e alunos de música que não dispunham no mercado, de livros com a qualidade apresentada pelos “songbooks”. O produtor musical, no entanto, resolveu ampliar o seu trabalho, popularizando a idéia e tornando acessível aos não iniciados com a teoria musical e, convocou vários artistas, os mais representativos de nossa música, para que escolhesse no repertório do compositor focalizado uma canção de sua preferência que teria como resultado a gravação de um CD. Um ou mais discos, a depender da amplitude da obra do compositor. Chico, por exemplo, foi agraciado com 08 discos, Gil com 03, Tom 05, Caymmi 04, Noel 01 (muito pouco!) e por aí vai, com Djavan, Carlos Lyra, Vinicius, Edu Lobo, João Donato e outros.

Mas, voltando aos 03 CDs que compõem a obra de João Bosco e que tenho escutado atentamente, as canções são originais no repertório de determinado artista, que em alguns casos chega a ser a primeira música daquele compositor gravado por ele. Tomo como exemplo Daniela Mercury, que teve a infelicidade de escolher Corsário do universo de Bosco/Blanc e patrocinar um festival de gritaria que, onde quer que esteja, deve ter feito Elis fazer muxoxo. É aquela história, algo que Elis tocou, gravou, virou ouro e não se pode transformar em bijuteria, pois é jóia para sempre. Mas há registros curiosos e muito bem sacados como a Mama palavra por Arnaldo Antunes; Nossas últimas viagens por Dominguinhos ou Enquanto espero com Ney Matogrosso enfim, muito mais acertos que derrapadas.  

Foto: João Bosco

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