quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como nazistas em Nuremberg


Parte de uma rotina matinal enquanto me preparo para as primeiras caminhadas do dia, ouço o Café com Noticias da Rádio Itatiaia – Minas e, as primeiras notícias do dia que vai nascendo. Resultados do futebol, das loterias, a pauta da Assembleia Legislativa de Minas, bem como da Câmara de Vereadores de BH e principalmente as manchetes dos principais jornais do país. Como que numa solene e fétida unanimidade os jornalões O Globo, Folha e Estadão repetem e repercutem em suas manchetes ecos do tribunal de exceção que julga um difuso processo do mensalão. Não vale apenas julgar e condenar possíveis culpados, mas buscar de modo covarde e golpista demonizar o Partido dos Trabalhadores e seu líder maior, o ex-presidente Lula, independente dos condenados que já surgiram e deverão engrossar a lista de réus, conforme traçou e desejam estes mesmos jornais e a elite branca e preconceituosa que eles representam. Em nenhum outro jornal do país, a não ser muito raramente, vê-se qualquer alusão a este programa televisivo que busca audiência e, jornais decadentes em busca de novos incautos leitores e o aumento de suas tiragens. Nem uma coisa nem outra, como se depreende.

O Partido dos Trabalhadores - PT é o único partido político que tem uma origem popular, graças às lideranças sindicais do ABC paulista que em seus movimentos grevistas, nos anos 80, vislumbraram a possibilidade de um canal político como escoadouro para as reivindicações salariais e sociais frente a seu contraponto capitalista, seus patrões. E eles e seus jornais, bem como as instituições responsáveis pelo ordenamento jurídico e social do país até festejaram a entrada em cena deste partido político, porém nunca aceitaram que um operário, analfabeto, nordestino pudesse tomar as rédeas deste país por dois mandatos consecutivos e deles se afastar com uma aprovação de quase 80%. Ao Palácio do Planalto ele poderia entrar como um dos muitos serviçais que lá atua jamais como chefe supremo deste país. Esta indignação e revolta perpassou todos os seus dois mandatos e continua como pagamento de um pecado que ele tem que purgar ao que parece pela vida inteira. Ele, seu partido, seus correligionários. Eles passarão, nós passarinhos, relendo Mário Quintana.

Charge: Bessinha

Nenhum comentário:

Postar um comentário