sábado, 15 de setembro de 2012

Amanhã há de ser outro dia


O tempo passa, o tempo voa e sábado próximo completo um ano de uma longa permanência na cidade alegre. Longa em relação aos breves dias que eventualmente me traziam até aqui. Voltando prá casa, como faço com certa frequência, sabia que nunca transferiria para aqui o meu domicilio eleitoral, mesmo sabendo que teria que alongar minha estada, em razão de compromissos comerciais, até um dia. Foi lá que adquiri a condição de escolher e eleger governantes, lá fiz bem ou mal a condução da minha vida, onde envelheci, vivi, amei, sofri, fui e sou feliz perto dos meus e das “coisas que plantei prá mim”. Razões que não me dão o direito de interferir nos destinos de uma cidade, como essa, alegre, participando do seu processo eleitoral. Mesmo assim, com muita clareza, sempre estive certo que não estaria ao lado dos que hoje lutam para permanecer onde estão e alguns sempre estiveram feitos sanguessugas ou muriçocas de cujo sangue público construiram suas vidas privadas.  

E aqui, é impossível ficar imune ao processo eleitoral que inicialmente caminhava para uma campanha modorrenta, sem emoção, tal a facilidade que se apresentava para a situação, viu tudo se transformar com a chegada em cena de uma improvável (política é como a nuvem, cada hora tem uma configuração, como lembrava Tancredo Neves) chapa oposicionista que jogou farofa no ventilador e incendiou a cidade. Aquilo que seria favas contadas, fato consumado deixou de ser, tal a empolgação demonstrada em todos os comícios, carreatas, palestras, reuniões promovidas por quem tem a seu favor o carisma, a simpatia e o trabalho em obras um dia realizadas, em contraponto a quem carrega o fardo da rejeição, antipatia e impopularidade, mas dispõe das tetas da viúva.

Não pensava ir a Salvador cumprir o dever cívico do voto, pelo cansaço, pela despesa e pelo quadro político que se desenhava e que não me motivava para o deslocamento.
Hoje já reavalio esta possibilidade, talvez a última para votar em um candidato a vereador que é um dos remanescentes de uma geração de político da estirpe de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Miguel Arraes, Darcy Ribeiro, Franco Montoro, Severo Gomes que é o professor e eterno sonhador Waldir Pires, este poço de saber, decência e humildade, que deveria servir de exemplo para certos fariseus que acreditam no dinheiro comprando consciências.
Em resumo, sou 40.     

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