segunda-feira, 25 de março de 2013

Cigarros, nunca mais!

Esta data, 25.05.1980, marca a minha vida como o fim de uma, não tão breve, carreira de fumante, já que iniciada aos 15 anos, ainda como estudante de Ginásio de Piritiba. Não que tenha sido uma decisão calculada, pensada como a busca de um bem viver, saudável e longe de mais um vício, mas consequência de uma infecção na garganta em que a saliva, qualquer alimento e as tragadas do cigarro eram parte de um doloroso sacrifício a que estava submetido. Foram poucos dias sem a companhia dos cigarros até que a infecção fosse debelada ou pelo menos amenizada. Como já eram três dias sem a ingestão da nicotina, achei que deveria levar adiante esta abstinência dos produtos da Souza Cruz, mas especificamente do Minister. A partir daí o que se viu foi uma luta travada contra mim mesmo, ou a meu favor, em levar a cabo um estado de tremores, suores, tonturas, falta de apetite e uma lembrança alucinante de um cigarro entre os dados a cada gole de café ou cada copo de cerveja após a recuperação do quadro infeccioso.

Os banhos eram tomados com a porta do banheiro aberta para em caso de desmaio no box, ter facilitado o trabalho da mana na remoção do corpo inerte, inconsciente. Próximo a um mês da decisão de deixar de vez o cigarro seria realizada a festa junina na cidade alegre, o que me colocaria frente a uma prova de fogo na continuidade ou não da minha condição de ex-fumante. Atravessei há duras penas o tufão causado pela ausência de nicotina em meu corpo, sendo obrigado a uma dose de glicose, por Zezinho da Farmácia no último dia da festa e que me pusesse em pé para arrastar, literalmente, os dois pelo salão.

Cada dia que passava era uma conquista, uma batalha vencida contra o cigarro sem que houvesse medicamento que ajudasse no abandono do vicio, nem agulhas de acupuntura, terapias psicossomáticas, rezas com galhos de arruda, sessões espirituais, apenas e simplesmente o desejo de não mais ter entre os dedos algo que não um lápis, uma caneta. Cigarros nunca mais, nem para acender, nem para tolerar qualquer fumante próximo a mim.

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