terça-feira, 19 de março de 2013

São José, rogai por nós!


Quando se perde a crença nos fenômenos da natureza, na precisão das estações do ano, nos mapas de meteorologia, resta ao homem do campo a sua fé inabalável nas coisas lá do céu, e em situações como esta da seca no sertão, a esperança na capacidade de São José em trazer água com abundância. Hoje, em seu dia, 19 de março, mais que nunca São José é reverenciado como solução para os problemas que aflige o sertanejo e a sua força protetora contra a fúria do sol que seca as represas, queima as plantações, mata os animais, escurece a pele das mulheres e crianças em busca da sobrevivência.

As chuvas que caíram por aqui no inicio de janeiro, que não foram tantas, ainda que se esperasse contínuas, pouco a pouco vai se tornando mera lembrança diante do solo esturricado pela inclemência do sol. Mas hoje São José sairá de porta em porta, em procissão, sendo roubado dos altares das casas do sertanejo, posto de ponta cabeça, obedecendo a crendice e a fé popular de que estas romarias e estripulias religiosas podem despertar no velho santo para a necessidade das chuvas que ele anuncia.

Aliás, São José, que era carpinteiro, bem que poderia estar fora deste circulo religioso e destas cobranças sertanejas, bastando para tanto que tivesse obedecido aos conselhos do compositor francês Georges Moustaki que numa canção gravada por Rita Lee, nos anos 70, em versão de Nara Leão sugeria o seu casamento com Deborah ou com Sarah, ao invés de Maria a escolhida pelo Espírito Santo para ser a mãe de Jesus.  Porque será meu bom José/Que esse seu pobre filho um dia/Andou com estranhas ideias/Que fizeram chorar Maria/Me lembro as vezes de você/Meu bom José meu pobre amigo/Que desta vida só queria/Ser feliz com sua Maria”

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