A privacidade destes artistas globais mais parece
uma “casa de mãe joana”, tal a facilidade com que se entra nela, abre a
geladeira, revira as gavetas e vai embora com fotos da esbórnia para postagens
na internet. Há pouco tempo os horários televisivos da emissora foram em grande
parte ocupados por uma de suas atrizes às voltas com advogados, delegacias de
policia, juízes para trancafiar o invasor de sua intimidade, que a depender de certos
trabalhos seus já nos tornaram da casa, íntimos, nunca invasores. O que alguém pode
pretender ao se deixar fotografar pelo marido, amante ou caso em poses sensuais
dentro do box do banheiro, foge a racionalidade ou a falta de originalidade, a
não ser que se compreenda o gesto como a expressão de uma tara ou de uma
fantasia sexual comum a ambos, modelo e fotógrafo; flagra que um “voyeur”
jamais dispensaria.
Nem bem tinha assentado a poeira, agora aparece
um marmanjo da mesma emissora filmando seu próprio corpo através de webcam para,
segundo ele, presentear a esposa com quem é casado há mais de 10 anos e com
quem tem dois filhos. Estranho que se dê de presente a esposa algo que pelo tempo
de acasalamento deveria ser tão corriqueiro como o café da manhã ou o restaurante
aos domingos. Ou então a vida agitada de ambos faça por algum instante esquecer
a forma e a utilidade de certas partes de suas anatomias, que o filme talvez
tente lembrar para o que serve o quê. “Me deixe viu valera!”.
Frase: Nelson Rodrigues
Frase: Nelson Rodrigues
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