O gospel de origem negra nas igrejas batista americanas foi berço de alguns estilos musicais como blues, jazz e rhyhtm-and-blues e responsável por vozes admiráveis como a de Aretha Franklin, Mahalia Jackson, Nina Simone, Ray Charles ou B.B.King, não teve por aqui sequer o respeito desta origem negra e religiosa.
Aqui, o gospel se tornou o braço musical da picaretagem evangélica, vendendo milhões de discos, produzindo e realizando shows em todos os cantos do país e promovendo caminhadas, marchas, arrastões por e com Jesus. Vale lembrar aqui na terra do axé, alguns artistas decadentes e que tiveram seus quinze minutos de fama e de repente se viram sem sucesso, sem espaço, sem trio se transformaram em "irmão" ou "irmã" qualquer coisa, colocando sua voz a serviço do gospel dizimista.
Andando esta semana pela a Avenida Sete os ambulantes com seus equipamentos de sons que concorrem com os veículos na emissão de decibéis acima da capacidade auditiva dos humanos, bradavam algo como o mais novo sucesso do engodo gospel de resultado: “a hora está passando de você se libertar/Jesus está chegando com o seu alvará”. Transformaram Jesus em oficial de justiça, aquele servidor que entrega em domicilio uma intimação, uma notificação, um comunicado. A que ponto chegamos, ou chegaram.
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