O que mais se lamenta na morte dos LPs foi a perda da beleza plástica de suas capas, deslocadas de uma área de 961 mm² para o exíguo espaço de 168 mm² dos CDs e, cuja expressividade foram irremediavelmente comprometidas com a transposição. Mas, este é apenas um detalhe do novo formato, embora guarde estreita relação com a redução da capa propriamente dita, já que o que se quis expressar em termos gráfico como significado musical da obra perdeu o impacto e a contemplação.
Um exemplo maior não só pela obra em si, mas pela sua importância musical é o disco dos Beatles de 1967, “Sgt. Pepper’s Lonley Hearts Club Band”, e sua capa clássica que serviu de fonte de inspiração para muitas outras capas a partir dali, como exemplo dos tropicalistas Caetano, Gil e Gal que nesta época tiveram a seu dispor alguns artistas vanguardistas para montar as capas de seus inesquecíveis discos. Como também outras artistas nacionais colocaram seus talentos para ilustrar capas de discos primorosos como os de Milton Nascimento, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Chico, Martinho da Vila, a exemplo da Cafi, Nouguchi, Elifas Andreato etc.
São perdas que os CDs trouxeram, inclusive quanto a qualidade sonora segundo alguns ouvidos privilegiados e, se espalharam pelo seu espaço diminuto incapaz de ostentar a beleza impressa no quadrado de 31cm x 31cm dos antigos vinis, agora de volta e adicionados de novos valores documentais.
Foto: LP “Sgt. Pepper’s Lonley Hearts Club Band” - Beatles
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